domingo, 28 de dezembro de 2014

F.C.Porto vs Vitória Setúbal


Começo por pedir as mais sinceras desculpas pelo atraso nas crónicas aqui do tasco. Falta tempo, falta muito tempo!

Espero que as celebrações natalícias tenham decorrido como deve ser: bem regadas, bem temperadas e junto de quem queriam estar. 

Bem sei que já passou algum tempo, mas há ainda algumas coisas que tenho para dizer sobre o último jogo do nosso clube do coração para o Campeonato, naquela gélida noite do Dragão. 

Uma goleada que não deu para aquecer. Um banquete de golos que não nos pôs de barriga cheia. Uma exibição q.b. Serviços mínimos. Ah, importa dizer, contra um adversário que consegue ser pior do que qualquer equipa dos campeonatos distritais, treinada pelo José Mota (ou pelo saudoso Luís Campos).

A primeira parte começou com alguma ansiedade (incompreensível frente a um adversário desta categoria), alguns períodos de muita confusão mas bastou que se acelerasse um pouco com e sem bola, e a defensiva adversária parecia uma avenida com 8 faixas de rodagem. Chegámos facilmente aos golos e, carburasse toda a equipa a uma velocidade (e inteligência) igual à de Óliver, e estou certo de que teríamos chegado ao intervalo com um resultado histórico. Não era, porém, noite de grandes preocupações para os nossos rapazes.

Aconteceu na 2ª parte algo que me deixa furioso, e que já quase parece uma imagem de marca do F.C.Porto de há uns anos a esta parte, que é aquele entorpecimento dos sentidos quase geral que ataca os nossos jogadores quando o resultado está "controlado". Irrita-me, sinto-me desconsiderado pela falta de atitude e só a cara de poucos amigos do nosso timoneiro, no banco, me deixou um pouco mais tranquilo. Eu, adepto exigente, me confesso: quero mais! 

Queria mais correria, mais jogadas de ataque, mais atitude, garra, vontade, orgulho próprio. Queria que os nossos adversários saíssem do relvado de rastos, a tentar perceber que tipo de veículo pesado os tinha acabado de esmagar.  Queria uma goleada das antigas, se possível a chegar à casa das dezenas, ou pelo menos que se tentasse chegar o mais longe possível. Contra este horrível, macio, mal orientado, ridículo Vitória, queria ter visto mais.


Não vi e, como tal, vou rápido para as notas.


(+) Positivo

Óliver Torres - Um recital de recepções orientadas, de perfeita ocupação de espaços, de passes magistrais, de classe, de tudo! Tivesse a equipa acompanhado o ritmo deste géniozinho e teríamos ido para o descanso com 6 ou 7 no bolso. Já perdi qualquer esperança de o manter por cá na próxima temporada...

Campaña - Ao contrário de muitos, nunca o tinha visto jogar. E confesso que gostei! Numa perspectiva de manter uma boa capacidade de circulação de bola, de melhorar a nossa transição ofensiva, coloco-o como o nosso 2º melhor Médio Defensivo (logo atrás de Rúben Neves). Bem sei que o adversário foi muito tenro, mas...

Brahimi - Entrar em campo por uns minutinhos e fazer muito mais do que muitos companheiros durante o que restou da partida. Aplauso!

Os "berdadeiros" - Por motivos profissionais, não pude acompanhar o jogo ao vivo. Se pudesse, obviamente lá estaria! Mas queria aqui dar um fraterno abraço a todos os que ousaram colocar sequer um pé fora de casa naquela noite de 6ª feira. Sejamos honestos, aquilo não era uma "noite gelada"... Era mesmo um "frio do caralho"!


(-) Negativo

A falta de atitude - O cenário era este: acabávamos de levar dois pontapés nos queixos e três murros no estômago há precisamente cinco dias atrás, e precisávamos de demonstrar que estávamos vivos (e bem vivos), cilindrando quem nos aparecesse pela frente no jogo a seguir. E o calendário até foi simpático, proporcionando-nos a oportunidade de jogar de novo logo após 5 dias. Ganhámos, ok. Mas foi daqueles jogos em que quase dava para ouvir os cérebros dos jogadores a dizer "só faltam x minutos para as Férias do Natal!!". Queríamos, merecíamos e precisávamos de mais, nós, os adeptos, os únicos, verdadeiros e fiéis portadores do portismo, seja ele jogado com frio, chuva, sol, fogo, pedras, picaretas ou o qualquer merda do género. Precisávamos que por nós, que passámos a puta da semana toda a tentar recuperar a vontade de comer e a alegria de viver depois de perder com aqueles caralhos na nossa casa (na NOSSA CASA foda-se!) jogassem como uns touros, que só parassem de correr quando tivessem espuma a escorrer-vos dos lábios, e que o adversário nem regressasse para a 2ª parte com medo do que poderia cair-lhe em cima. Não foi nada disto. Foi o contrário. E eu fiquei fodido. 

Tello - Pá, Tello, really dude? Tens um adversário perneta entre ti e outro colega que está em frente da baliza completamente sozinho, por três vezes, e nunca lhe passas a puta da bola? Quem te arrancou o cérebro meu rapaz? Não treinas? Não jogas futebol desde pequeno? Não vês jogos na TV? Tens problemas de visão? Jogas sozinho? Só corres? Que raiva!!

Setúbal - Pior. Equipa. Da. Liga.


Uma vitória por 4-0 teve o condão de me irritar. Não acontece muitas vezes, mas lá aconteceu. Ainda assim, uma vitória. 3 pontos que são sempre preciosos.

E pronto, no finalzinho do jogo lá foram os nossos rapazes para 8 dias de paragem. 8 dias. Sem treinos. Futebol Profissional. E é isto...



segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Porto x Benfica

Derrota com o eterno rival deixa sempre marcas, mas esta deixa para mim um sentimento de impotência. Controlo total do jogo por parte do Porto, com um Benfica em modo "Liga dos Ultimos" a abusar do alivio em balão e do anti-jogo. Tanto, mas tanto tempo perdido por uma equipa que se diz grande deixa transparecer muita falta de confiança. Tal como os festejos no final do jogo. Mas já lá vamos...


Acima de tudo fomos anjinhos. É o termo certo. E sublinho o fomos. Nós todos. Treinador, jogador, estrutura, direcção e principalmente adeptos. Não percebemos a importância deste jogo. Da ultima vez que o Benfica foi campeão, alguém se lembra do mote durante a ÉPOCA INTEIRA? Grito de revolta. O nosso treinador na altura usou e abusou dessa expressão, mas ficou claro para todos no mundo azul e branco que esse era o mood para a época. Há muitas diferenças desde esse ano. Até porque Lopetegui teve de fazer uma equipa e AVB herdou a estrutura de Jesualdo Ferreira. Era necessário um clima de tensão para o adversário. Não sou apologista de pedras em autocarros, mas quero que os adeptos assobiem o rival do primeiro ao ultimo minuto quando este tem a bola na nossa casa. Quero que quem está no banco se levante e proteste veementemente quando um árbitro assinala 4 faltas ao Maxi Pereira sem qualquer cartão saído do bolso. Quero que o meu capitão vá fazer aquela pressão (pode não ser bonito mas é essencial) no árbitro quando o Brahimi é arrancado do relvado duas vezes (Lima e Samaris). Faltou a TODOS isso. Fibra, raça, querer ganhar mais do que eles. Mas quando ninguém no clube se insurge com a constante indiferença sobre nós, quando ninguém comenta o "esquecimento" por parte de TODA a comunicação social Portuguesa aquando da nossa deslocação à Bielorrússia, quando o assobiar a própria equipa se torna mais comum do que assobiar o adversário... Estamos conversados. 

Porque o futebol não é só componente técnica. Se assim fosse no jogo de ontem, tínhamos tido nota 20. Atacámos, rematámos e falhámos. Tivemos 38 ataques contra 10 do Benfica. 17 remates contra 6. 5 cantos contra 1. Mas no final acabou 2-0 para eles. Ninguém avisou Lopetegui que o Benfica connosco é SEMPRE isto? Quantas vezes nos últimos 4 anos vimos este filme? Again, apesar do controlo absoluto durante os 90 minutos saímos derrotados, apesar dos postes, apesar de querermos sempre jogar melhor que o adversário, volto a bater na mesma tecla, fomos anjinhos ao não estarmos preparados para o que ia ser o jogo em todos os seus momentos. 

(+) Positivo

Óliver - Este meio metro de jogador é cada vez mais essencial na equipa. Foi o único elemento verdadeiramente activo no meio-campo que procurou mexer-se como deve ser sem bola. Tem espírito à Porto, e tem uma qualidade técnica que me deixa com um brilhozinho nos olhos.

Indi e Marcano - Se o Holandês tem estado sempre a bom nível, o espanhol (que por algum motivo não é bem visto pela bancada...) tem me surpreendido jogo após jogo. Seguros e quase sempre bem em todas as intercepções. Alguns cortes fundamentais e apenas a critico a falta de qualidade técnica na saída de bola/inicio da construção de jogo. Maicon como tem estado não tem qualquer hipótese de calçar. 

(-) Negativo


Benfica - Pelo "banho táctico" em modo autocarro. Pela atitude em campo. Pela festa no final do jogo. Ora se elogia a "nota artística" ora se elogia a retranca. Mentalidade pequenina para um clube como o Benfica. Ou então sou um romântico. 

Fabiano - Ficou mais que provado que não é guarda redes para um clube grande. Tem tamanho mas não tem qualidade. Tem culpa nos dois golos. A bola assim que entra na pequena área, tem de ser do guarda redes. Sim, o erro no primeiro golo é colectivo. Mas um guarda-redes que está estático em cima da linha de baliza quando a bola vem na sua direcção... E no segundo golo é demasiado óbvio. 2 erros, 2 golos sofridos. A diferença entre ele e Julio César é tão simplesmente essa. Bem-vindo ao dia a dia de guarda redes, Fabiano. 

As bolas paradas defensivas - Lope, tenho zero coisas para mandar vir contigo hoje. Mas se me permites, mete a marcação Homem a Homem no culo, hombre. 

Casemiro - Continuo a ter muitas saudades do nosso Polvo. Lento em tudo. Na reacção, a soltar a bola, a perceber onde deve estar. 

Herrera - Esteve em campo? Se não fosse aquela remate torto na primeira parte ninguém tinha notado. Quando joga bem, toda a gente nota. Quando joga mal é por demais evidente a sua falta de classe. Num futebol que se quer de posse não podemos ter um elemento que falha metade das recepções. Que parece chegar cansado à bola. Box-to-box? Not today



Nada acabou no jogo de ontem. Ainda falta muito campeonato, ainda falta o mês de Janeiro que promete trazer novidades para os lados da Luz. Mas a verdade é que seis pontos, que funcionam como sete, é muito ponto para recuperar. Acreditar sempre até ao fim e trabalhar em cada jogo para tal fim. 

Sorteio da Champions com sorte. Vamos ser honestos. O Basileia é equipa de Liga Europa. Mas merece todo o nosso respeito e é para ser encarado com seriedade. Está nos Oitavos de final da Champions como nós. E é treinado por alguém que nos conhece muito bem...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Champions - F.C.Porto vs Shakhtar

Foi pena a lesão de Rúben. Seria pena uma lesão potencialmente grave fosse de quem fosse, mas ver aquele joelho a ceder ao nosso puto-maravilha foi o semelhante a um punhal gelado e cruel a penetrar o nosso corpo pela região posterior do tronco. Assim, a sangue-frio! Logo ele, que constitui um dos nossos melhores médios e que acabara de fazer uma belíssima exibição em Coimbra...

Imagem surripiada ao zerozero

Foi, de resto, o principal aspecto negativo do jogo. Esse e os apagões de Alex Sandro no decorrer na 2ª parte - embora tenha gostado de o ver mais activo e agressivo durante uma boa parte do jogo. Ou a forma aparentemente fácil como os "ucranianos" foram encontrando espaço para jogar em velocidade e muitas vezes em superioridade numérica, valendo os cortes in extremis de Ricardo e Indi em 3 ou 4 ocasiões. 

Gostei da tentativa de jogar sempre com a bola a rolar pela magnífica relva do Dragão, e até considero que houve momentos bastante agradáveis no nosso jogo ofensivo. Geralmente pecávamos no último passe, algo que facilmente se compreende pela inclusão de tantos jogadores com menos minutos nas pernas. E de Quaresma, sempre a complicar o mais fácil.

Evandro provou que é, efectivamente, um enorme jogador, Ricardo que pode ser alternativa a praticamente toda a gente no flanco (Tello, Quaresma, Danilo, Alex Sandro ou Brahimi) tamanha a qualidade que brota daquelas pernas e Aboubakar deixa sempre água na boca.

Quando parecia que era desta que sofreríamos a primeira derrota desta edição da Champions (e vão 8 jogos seguidos sem perder), um balázio de Aboubakar devolveu justiça ao resultado.


(+) Positivo

Evandro - Tenho uma paixoneta pelo brasileiro há já algum tempo. Penso que se trata dum jogador extraordinário, que não teve a felicidade que outros tiveram (e com menos qualidade) de jogar logo em grandes palcos. Dou os parabéns à equipa de Scouting do Estoril por ter descoberto esta pérola "perdida" pelo pobre futebol sérvio. Ontem foi, para mim, o melhor em campo do nosso lado. Capacidade de pressão e de posicionamento (discordo de quem pensa que andou mal posicionado. Tal só aconteceu após saída de Rúben, onde Evandro passou a ter de atacar por 2 e a defender por 2, porque Marcano não sai da posição e Quintero, defensivamente é.... patético), sempre a jogar de cabeça levantada, demonstrando uma capacidade técnica admirável (a forma como recebe a bola é uma delícia) e uma inteligência sublime. Subir com bola, fixar e soltar para outro colega melhor posicionado, abrindo sempre brechas na defensiva contrária - parece fácil, mas não são muitos os que o conseguem fazer com aquela classe. Inquestionavelmente, e embora continue a achar que Herrera tem imensa importância no equilíbrio táctico do meio-campo, continuo a achar que Rúben-Óliver-Evandro será o nosso meio-campo potencialmente mais forte.

Ricardo Pereira - Este rapaz pode ser um jogador de qualidade em 4 posições diferentes - dentro do nosso esquema táctico - e, como já demonstrou nos sub-21, pode também ser um 2º avançado letal, num 4-4-2. Isto é uma prova de qualidade que muito poucos podem apresentar. Ricardo é um jogador fantástico. Não sendo lateral de raíz, joga com uma desenvoltura que nos deixa estarrecidos. Tem técnica, velocidade, cruza muito bem, e consegue sempre perceber se é melhor jogar por dentro, deixando espaço para o extremo, ou por fora, para conseguir "esticar" o nosso jogo. Já li por aí:  "Ricardo provou que não consegue ser alternativa a Danilo". Ridículo!!

Aboubakar - Notou-se que teve dificuldades em entender-se com os colegas (principalmente os médios que surgiam mais próximos), mas desengane-se quem pense que aquela estampa física é sinónimo de pouca qualidade técnica! Ficaram na retina algumas recepções incríveis, com adversários encavalitados nas suas costas, e movimentações interessantes (como naquela bola que Quintero lhe mete para remate de primeira) e aquele golo foi qualquer coisa de especial. Um bocado diferente de ter lá Kléber, Walter ou Janko, não acham?

Nunca desistir - Mais uma vez, equipa em desvantagem e nunca se desiste. Marca-se golo e não há tempo para festejos - bola no meio-campo para tentar chegar ao 2º. Aprecio!

Rúben Neves - "Olá, sou o Rúben Neves, tenho 17 anos e quando saí lesionado a equipa pareceu ter mamado dois Xanax misturados com whisky até certo período da 2ª parte." - um belo cartão de visita.

Sem Derrotas - Seria da mais elementar justiça que houvesse honestidade, já não digo na CS, mas no mundo bluegosférico. Se no ano passado, quebrados alguns recordes tão negativos (principalmente na Champions), Paulo Fonseca foi justamente chamado aos cabeçalhos pelos piores motivos, esperar-se-ia que Julen Lopetegui o fizesse pelos melhores motivos. São 8 jogos, 2 empates e 6 vitórias, 19 golos marcados e 4 golos sofridos... Enfim, alguns "tascos" que foram tão lestos a massacrar o anterior treinador, poderiam ser igualmente lestos a felicitar o actual. Percebo que cada local tem a sua "agenda", e que textos miseráveis publicados no decorrer desta época possam explicar o porquê de haver tão pouco "Lopetegui" nas parangonas, mas ficava-lhes bem. da minha parte, parabéns Julen!


(-) Negativo

Alex Sandro - Coloco-o aqui porque ontem, no decorrer da 2ª parte, iniciou o seu periodo trapalhão, displicente, patético, desmiolado, em que conseguiu, sozinho dar cabo de 6 jogadas potencialmente perigosas. Numa dessas perdas, demorou uma eternidade a baixar e foi Indi quem safou a situação, lançando-lhe um olhar que, tivesse sido comigo, me faria ter cavado um buraco e não mais sair de lá até ao final do jogo. Ainda assim, é o nosso melhor lateral-esquerdo... 

Quintero - Se se pudesse fazer no futebol uma substitituição "defesa-ataque" como no andebol, em que ha jogadores que só defendem ou só atacam, Quintero seria um forte candidato a só atacar. Aí, com bola nos pés, é capaz de fazer coisas extraordinariamente simples e extraordinariamente belas. Como também é necessário defender, torna-se num jogador bonzito, porque é um mago na manobra ofensiva e um ZERO absoluto na manobra defensiva. E começa a tornar-se complicado arranjar argumentos para defender a sua titularidade. É defender com menos 1!

Lesão de Rúben - Uma tragédia... Junto-me ao coro de vozes portistas e grito um sentido: VOLTA RÁPIDO MIÚDO!!


Em suma, foi cumprido aquilo que se nos exigia. Dar descanso a algumas pedras que vinham revelando alguns sinais de fadiga, dar tempo de jogo a gente cheia de qualidade que ainda não teve tempo para o mostrar, ver um jogo entretido e, acima de tudo, não perder. 

A partir de agora é pensar SÓ em jogo com o Benfica. Não admito mais nada! Nem que uma qualquer super-modelo vos receba em casa, semi-nua em cima da cama,e vos alicie para uma "aventura". Ponham,-na porta fora aos pontapés, imaginando que ela é o Gaitán ou o Enzo a ousar entrar no nosso meio-campo. Levem os relatórios dos jogos deles para casa. Saibam tudo sobre eles, inclusive a que horas dão a 1ª coçadela de tomates e qual a chuteira que calçam primeiro. Decorem tudo o que se tem dito durante esta época sobre vocês e sobre eles. Vejam os jogos memoráveis que já fizemos, na nossa casa, cotnra eles. Ganhem a jogar com menos 1. Com menos 2. Com o Marcano a avançado e o Oliver na baliza, mas ganhem!  Ganhem! Foda-se, rebentem com eles! Ou morram a tentar...

P.S.: Estou a cagar-me para "sorteios simpáticos". Quero o Barcelona ou o Bayern nos 1/8. A sério que quero! 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Académica vs F.C.Porto

Entrar a todo o gás, resolver cedo a partida e ter tempo para gerir o jogo com serenidade. Num Mundo ideal, deveria ser este o resumo base para todos os jogos contra os(as) Académica/Gil Vicente/Moreirense/etc. deste Campeonato.


Do jogo, o essencial fica dito com a entrada agressiva (no melhor sentido do termo) na partida, com uma pressão intensa, forçando o adversário (muito inferior) a cometer erros, e a não poder almejar a muito mais do que ficar cá atrás e rezar. E tudo poderia ter sido ainda melhor, não fosse aquele fora-de-jogo pentelhétrico tirado a Jackson logo aos 3'. 

A equipa jogava sempre no meio-campo ofensivo, com os centrais bem subidos no terreno (um pouco à semalhança do que aconteceu, por exemplo, durante toda a 2ª parte no Estoril), e foi com alguma naturalidade que os golos surgiram. E que belíssimos golos Jackson!!

Ao intervalo, com toda a honestidade, o jogo estava "arrumado", faltando apenas saber de que forma a Académica tentaria reaparecer no jogo. O golo de Herrera, logo após o reatamento (que diagonal fantástica e que passe delicioso de Tello), desfez essa possibilidade, e deixou-nos em modo de "velocidade de cruzeiro" até ao final, conseguindo fazer repousar algumas das principais peças (embora quisesse ter visto menos Jackson e mais Aboubakar) e sempre numa toada muito passiva, evitando cartões amarelos desnecessários.

No final, uma vitória justa, numa exibição sólida, serena, a deixar uma ideia de crescimento e estabilidade na equipa, que pode ser um belíssimo tónico para o jogo importante contra o nosso mais directo rival no próximo Domingo. Isto num terreno onde o ano passado teremos feito a pior exibição de que tenho memória. Num Estádio onde, há não assim tanto tempo, jogadores e equipa técnica saíram com orelhas a arder e eu, confesso, fiquei muito perto dum ataque cardíaco. Um maluco este Lopetegui a pregar-nos "partidas" destas, hein?


(+) Positivo

Jackson - A sério que não entendo como ainda há quem não esteja "convencido" com a qualidade do colombiano. Se os números já dizem muito, a forma que tem vindo a demonstrar durante esta época e a qualidade de alguns dos seus movimentos e golos são um certificado de competência e de qualidade que poucos avançados que por cá passaram alguma vez demonstraram ter. O 2º golo é magnífico! 

Óliver - Não me vou cansar de colocar aqui o seu nome enquanto mantiver a qualidade exibicional que tem vindo a exibir. Consegue fazer todo o "trabalho-sujo" envergando fraque. Intelegentíssimo sem bola e a transpirar classe com ela nos pés. Ah, e tem 19 anitos... Repito: COMPREM-NO, JÁ!

Rúben Neves - Sejamos sinceros, Casemiro tem estado muito bem, mas sabemos que temos aqui um diamante nas mãos. Nosso, só nosso. Um "míudo" que ninguém pode acreditar ter apenas 17 anos. Eu, não acredito! Parece-me ser o jogador indicado para jogos como este, em que o adversário só quer sair sem apanhar goleada e a bola vai ser só nossa durante períodos incrivelmente largos de tempo. Se no posicionamento ainda lhe vejo pontos para trabalhar, como é lógico, é nos momentos com bola, nas tomadas de decisão e na qualidade extraordinária (extraordinária MESMO!) de passe que este rapaz me deixa "derretido". 

Indi "limpo" para o Clássico - Na crónica anterior dizia que só poderia jogar "de mãos e pés atados" mas Indi jogou de forma tão inteligente e segura que me obrigou a auto-proclamar-me um idiota chapado por ter duvidado da sua capacidade de evitar amarelos. 

O 3ºgolo - Para mim, um hino ao futebol em 3 momentos. Desmarcação inteligente - Passe brilhante a "rasgar" - Finalização de classe. Tello e Herrera! O que alguns já disseram (e dizem...) deles...

Adeptos - Numa noite gelada de Sábado, disseram "presente" e animaram todo o sector reservado a adeptos visitantes de forma estóica! Música e palmas para combater o frio... Wise choice!



(-) Negativo

Brahimi - Efectivamente, atravessa um daqueles momentos pelos quais os "magos" passam em certas alturas, que se pode traduzir por "preciso de fazer qualquer coisa fenomenal". Será fruto de algum cansaço? Possivelmente sim, visto que é dos jogadores com mais minutos nas pernas neste momento. Será também fruto da própria cabeça do jogador? Também me parece o caso. Depois de algumas jornadas de exibições colectivas mais intermitentes, em que foi o mago argelino a chamar a si todo o protagonismo e todo o jogo, desconcertando tudo e todos com os seus dribles e velocidade, é natural que agora que o colectivo está mais maduro perca essa preponderância. Tem de perceber que um passe simples na altura certa pode valer tanto como um golo. E visto que tem sempre 2 ou 3 adversários em cima, se conseguir fixar e soltar para outro colega, de certeza que alguém vai ficar solto noutro lado do campo. Quero que descanse, muito, porque pretendo que no Domingo deixe rins, fígado e mais um ou outro orgão vital de Maxi espalhados no relvado do Dragão.

Académica - Fraquitos, vá. E custa-me ver ali o Rui Pedro ou o "eterno" Ivanildo! Principalmente com aquele asno no banco. Realmente só mesmo num país de altas percentagens de consumo de álcool como a Escócia é que Paulo Sérgio pode almejar a conquistas no futebol. O problema é que ainda há quem lhe dê trabalho. Mas ao José Mota também dão... Pobre, pobre futebol português!

No que ao Campeonato diz respeito, chegámos a uma altura importantíssima: a oportunidade de, em caso de vitória sobre o Benfica, passarmos para a frente da classificação (embora em igualdade pontual), sabendo que se seguem 4 jogos até final da 1ª volta que temos - foda-se, temos mesmo - de vencer! Sendo assim, na 4ª feira quero ver Kelvin, Ricardo, Evandro, Paulinho Santos, 3 juvenis e 4 iniciados em campo contra o Shakthar. E um dos apanha-bolas a suplente. 


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

F.C. Porto vs Rio Ave

Estou absolutamente atónito com algumas das crónicas que tenho lido ao longo do dia, bem como alguns comentários a essas crónicas, por essa Bluegosfera fora. Quase tão atónito como quando o meu "vizinho" de trás no Dragão, por volta dos 30 minutos de jogo, soltou a seguinte pérola: "Este Danilo hoje, não acerta uma...". 


Aos 10 minutos de jogo, pensava para com os meus botões "Isto já podia estar 2 ou 3-0, à vontade.". Ora, poder dizer isto aos 10' dum jogo de futebol, não é pouco. Significava naquela altura que tínhamos entrado na partida em modo de demolição, e que tivesse sido a eficácia nessa fase próxima daquela dos últimos 15', provavelmente não se especularia tanto sobre a qualidade da nossa exibição ou sobre a justiça dos 5 golos marcados . 

Deduzo, portanto, que se os últimos 15 minutos de jogo não contam porque o adversário já estava cansado e começou a cometer erros em catadupa SÓ por causa disso, então em jogos como o de Alvalade, merecíamos ter perdido por 3-0 porque eles tiveram imensas situações antes de nós e só nos lembrámos de jogar na 2ª parte (onde, lá está, já estaríamos a perder por 2 ou 3-0). 

Os primeiros 25' de jogo foram, na minha opinião, excepcionais. Absolutamente demolidores. Jogo rápido, boas combinações ofensivas, sempre com a baliza na mira, com várias chegadas perigosas à área contrária, 3 situações claríssimas de golo, mais umas quantas em que só aquele último passe falhou. Tudo isto aliado a uma constante pressão feita no timing correcto, forçando o adversário (que não é tão manso assim, nem estava assim tão cansado quanto Pedro Martins quis fazer crer) a não conseguir fazer mais do que 3 passes seguidos. Do melhor que tenho visto esta equipa fazer esta época (e com Brahimi e Herrera em noite de apagada). 

A partir desta altura (e não só a seguir ao golo de Tello, como tenho lido por aí), a equipa perdeu algum gás, compreensivelmente (não é possivel jogar naquele ritmo durante tanto tempo seguido, especialmente após jogo de Champions nos confins da Europa) e o Rio Ave conseguiu subir um pouco no terreno. Uma subida perfeitamente inofensiva, visto que até ao intervalo vi Fabiano mais próximo de "chocar" uma constipação do que fazer uma defesa. 

Ao intervalo, portanto, um empate inacreditavelmente injusto para uma primeira parte de tanto domínio e de tanta boa jogada, contra um adversário cuja maior vitória foi... conseguir subir um bocadinho no terreno e trocar mais de 3 passes de forma consecutiva.

A 2ª parte abriu com o tal "golo desbloqueador" seguido dum dos tais "erros" dos jogadores do Rio Ave. Claro que o facto de Jackson ter conseguido pressionar Marcelo de forma a que o rapaz perdesse a bola não teve nada de meritório! Tello, que fabricou uma excelente exibição, tornou fácil um golo de difícil execução. 

O período seguinte, sim, foi confuso. Numa altura em que, repito, fizemos tudo para estar já com uma confortável vantagem de 2 ou 3-0, perdemos o controlo do jogo. Desta fase falarei mais à frente. O Rio Ave, lá está, conseguiu subir uns metros no terreno, ganhando alguns cantos e faltas em zonas potencialmente perigosas. Num desses lances, ao que parece, Herrera levou com uma bola na mão à queima-roupa e parece que o penalty é claríssimo. Confesso que, depois de Alvalade ou do jogo contra o Boavista no Dragão tenho alguma dificuldade em saber bem o que se pode considerar mão na bola ou não, por isso, não serei a pessoa indicada para falar (mas até dou de barato que nesse lance fomos beneficiados).

Lopetegui leu, mais uma vez, muito bem o jogo e deu-nos a estabilidade de que necessitávamos com Ruben Neves e Quintero para o lugar dos fatigados Herrera e Brahimi. Quando, aos 79', Jackson marcou aquele belíssimo golo, penso que toda a gente sentiu que o jogo estava decidido. Pese embora o Rio Ave tenha, pelo meio, conseguido enviar uma bola ao poste e Fabiano tenha sido (finalmente) obrigado a uma defesa, a quebra anímica do lado dos vilacondenses aliada à vontade férrea dos nossos jogadores em marcar mais golos tornaram o resultado mais avolumado. Exagerado? Não concordo...

Vamos a notas:


(+) Positivo

Tello - Coitados dos defesas laterais que o apanham pela frente. Incrível o poder de explosão deste rapaz. Pese embora continue a evidenciar alguma dificuldade na definição das jogadas, é neste momento um jogador absolutamente indiscutível da nossa equipa. Marcou um golo, tentou dar a marcar, correu como um doido (aparentemente só sabe correr assim), e faz brilhar ainda mais os laterais do seu lado, com os quais combina bem (Alex Sandro, por exemplo, consegue dar muito mais à equipa ofensivamente com Tello do que com Brahimi).

Danilo - 93 minutos, 4-0 no marcador e este jovem rouba uma bola, corre meio-campo como um como se a Humanidade dependesse daquele momento, e produz um obra de arte sob a forma de um missíl. De pé esquerdo. Um jogador que não sabe o que é jogar "a brincar". Espero sinceramente que o gajo atrás de mim que disse "Este Danilo hoje não acerta uma...", tenha ficado no Estádio até ao fim, tenha visto o golo monumental do brasileiro, e tenha tido uma cólica intestinal violenta naquele preciso momento.

Óliver - Já o pedi no jogo anterior, e estou disposto a fazer a primeira contribuição para a colecta: comecem a juntar trocos para manter este génio aqui. Não nos equivoquemos: Óliver tem tudo para ser um jogador de topo. Topo mesmo! Topo, numa escala de Pirlo a Iniesta

Entrada em jogo - Repito: absolutamente demolidores aqueles primeiros 10 minutos. Juro que vi jogadores adversários agarrados às canetas logo naquela fase. Uma entrada "mandona", como quem diz "Esta é a NOSSA casa, por isso, saínde da frente !!!". 

Lopetegui a ir ao banco - um treinador que olha para o campo, vê o que a equipa necessita, não tem medo de retirar Brahimi do jogo, e com duas substituições volta a ganhar o comando da partida. Não vale nada, pois não?

A ânsia por mais  - Já tinha saudades de ter uma equipa que, com um jogo já arrumado, quisesse marcar mais e mais... 2 anos de controlo soporífero do jogo, ali a segurar o 1-0 com unhas e dentes, seguido dum ano de descontrolo total e agora uma equipa que, não só nunca desiste quando as coisas correm mal, como quando as coisas já correm bastante bem. Aprecio esta atitude.

Qualidade dos golos -  Todos de difícil execução técnica e todos de belo recorte. Destaco a assistência brilhante de Quintero para a recepção e finalização de classe de Óliver e aquele momento de magia que nos proporcionou Danilo. Até o "chouriço" do golo do Alex Sandro foi marcado de calcanhar!

Diego Lopes - por momentos pensei que houvesse 3 Diegos Lopes na equipa do Rio Ave. Deixou-me água na boca este jogador (já tinha deixado antes, quando vi o jogo deles na Roménia para a Liga Europa).


(-) Negativo

Jogo sem bola - Os jogadores adversários têm a bola na defesa e todos os nossos jogadores estão posicionados de forma a que não haja linhas de passe dentro do nosso bloco. Porque caralho há de alguém sair à maluca, correr 30 metros em sprint, sabendo que vai desposicionar todo um sector com a brincadeira e NUNCA na vida vai conseguir ficar com aquela bola? Porquê fazermos a pressão de forma tão atabalhoada em algumas alturas do jogo? Porquê tantas faltas desnecessárias e tantas abordagens erradas aos lances em determinadas fases? A pressão tem de ser organizada e sempre, sempre, colectiva! Muito trabalho que ainda temos pela frente neste capítulo, principalmente porque já nos vi fazer melhor, e porque teremos adversários que vão exigir muito mais de nós na transição defensiva.

Indi e Casemiro "à bica" - Se fosse a Lopetegui, no próximo jogo, não os punha em campo. Tenho a certeza absoluta que, ou jogam de mãos e pernas atadas, ou não estarão em campo contra o Benfica na jornada seguinte. 

Herrera e Brahimi - Nesta altura parece-me que pagam o a factura da fadiga que vêm acumulando. Herrera corre aos 12 km por jogo e isso acaba por cansar. Brahimi não correrá tanto, mas está sempre ligado à corrente, sempre com a função de desequilibrar em TODOS os jogos. Contra o Shakhtar, por favor, nem os quero ver no banco. Mandem-nos para banhos e massagens, mas por favor dêem-lhes algum descanso. Porque muito talento sem oxigénio a chegar ao cérebro, não resulta.

Resultado justo, ponto final.  Retiremos o "golo" de Alex Sandro da Equação. Conto 8 ou 9 remates com bastante perigo, 3 belíssimas intervenções de Cássio, e 4 golos marcados. Do outro lado conto 2. Não entendo como há quem possa dizer que foi muito exagerado! 5 vezes mais lances de golo iminente do que o adversário e é exagerado? Porquê? Porque o adversário subiu uns metros no terreno? Golos a partir dos 80' já não contam para a análise do jogo? Digam isso ao Kelvin...



Deixo para último a melhor parte do jogo de ontem. A convite do nosso mais fiel "seguidor", leitor, comentador, agora também blogger (um excelente blogger, por sinal), e amigo Jorge Vassalo do Porto Universal,  desloquei-me ontem um pouco mais cedo para o Estádio com a singela promessa de "trocarmos um abraço". Registo aqui que, embora a vontade fosse mútua (e deva ser alargada, da minha parte ao Miguel Lima do Tomo II, também um nosso fiel seguidor e amigo e igualmente brilhante blogger, e ao incontornável Vila Pouca do Dragão Até à Morte, que é um blog de referência para todos os portistas e que me abriu as portas deste maravilhoso mundo), foi pela mão do Jorge que tudo se processou. Obviamente que nestas vidas blogosféricas partilha-se ideias, emoções, conforta-se amarguras, e um abraço só não chega para poder prestar in loco a nossa homenagem a quem acaba por estar "aqui ao lado" quase todos os dias. Foi 1h15 (nem contei o tempo, mas confio na palavra do Jorge) que passou demasiado rápido, mas que representou para mim tudo aquilo que, ao fim e ao cabo, nos faz querer pertencer à "família portista e bluegosférica": o sentimento de pertença, de partilha, de amizade e de portismo incondicional. 

Deixo aqui um especial agradecimento ao Jorge, tão afável e bom conversador como sempre desconfiei que fosse, e ao Nuno, um seu amigo que connosco partilhou aquele bom bocado. 

Uma experiência a repetir, sem dúvida alguma!