terça-feira, 28 de julho de 2015

"Opinions are like assholes..."

Enquanto não houver futebol a sério ou motivo especial para postar, tanto eu como o Z vamos nos abster de entrar no folclore da Silly Season. E este post é acima de tudo um desabafo meu e um partilhar de sentimentos.

Devo ter sido das únicas pessoas na bluegosfera que viu coisas bem positivas nestes dois jogos na Alemanha. Que convenhamos, foram os primeiros adversários dignos de registo. Análise ao jogo jogado até ao final da semana com bitaites ao modelo táctico, posicionamentos, jogadores, etc.


Um dos principais problemas das redes sociais é o de dar a toda a gente a hipótese de dar a sua opinião desde que haja ligação de Internet. Mas tal facto não faz com que alguém se interesse por muito do que "vocês" querem dizer. E uma das minhas máximas de vida nas redes sociais é esta:

"Opinions are like assholes. Everyone has one."

O que mais me irrita é o facto de eu ficar incomodado com o que leio aí por todo o lado, seja em blogues, fóruns, Facebook, Twitter... A critica constante e gratuita, a necessidade de ter razão para dizer mais tarde "I told you so". Deixem-se dessas merdas e discutam futebol. Futebol. Jogado. O que se depreende facilmente é que talvez a maior parte dos sócios, adeptos ou simpatizantes que afirma ser Porto, que diz ter a "cultura de exigência" não gosta de futebol. Gosta de ganhar. São como aqueles pais que exigem boas notas aos filhos para comentarem com amigos e colegas no trabalho, sem darem o apoio necessário aos chavalinhos para fazer trabalhos de casa ou o "miminho" quando eles estão em baixo. Coisas vistas até agora (em versão light):

1) Malhar porque veio o Casillas quando Hélton teve as afirmações que teve, Fabiano foi um calafrio constante na época transacta e Gudiño ainda tem muita broa para comer. Veio a "custo zero", com o Real a pagar parte do salário. É sem duvida a maior contratação de sempre do futebol português. O que fazem 60% dos portistas na Internet? Disparam em todas as direcções. Nem nós temos bem noção do impacto mediático desta contratação, pessoal. 

2) Malhar porque veio o Maxi e porque é "cuspir na história do clube" e a SAD é louca. Alguém dúvida que Maxi apesar de já não ser novo é o tipo de jogador que dá tudo o que tem? Que não irá ser um jogador importante no balneário? Que a seguir a Danilo, é o segundo melhor lateral em Portugal e que com isso enfraquecemos, também, um rival directo? Calai-vos pa.

3) Amar o Tello porque pôs hashtags castiças como #SOMOSPORTOCARALHO e #VAMOSPORTOCARALHO mas começar a criticá-lo porque não jogou bem na pré-época e considerar tal facto "inadmissível". Acho que não estarei errado se disser que o Espanhol foi o primeiro do plantel a chegar ao Olival para debelar uma lesão que ainda vinha na temporada passada. Querem maior profissionalismo que este?

4) Malhar porque "falta mística e jogadores portugueses no balneário", mas criticar porque Sérgio Oliveira, André André e Danilo Pereira não são jogadores para serem titulares. Querem quem? Herrera? Quintero? Ganhem juízo...

5) Malhar na SAD e em Lopetegui porque Quaresma saiu. Really? Not this again... Não bastou o que o menino fez e disse? Enough is enough.

E nem vou falar da perseguição constante a Julen Lopetegui...

Coloco apenas uma questão: Digam-me uma, uma única contratação que não foi acertada até agora.

Tem sido demasiado ruído, numa altura que devia ser de união e de crença em quem dirige. Já dizia Roger Waters no final do Hey You: "Together we stand. Divided we fall".

Pensem nisso,
Abraço

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Fugindo do Histerismo

Tal como o v.a.s.c.o., não tenho paciência para silly seasons, não tenho jeito para contabilidade, nem sequer para futurologia. Desse modo, considero absolutamente estéril estar a fazer análises profundas às vindas de A ou B, ou ás saídas de C ou D, aos valores pagos ou recebidos... Neste altura, isso vale zero. Primeiro a bola tem de rolar, e depois avalia-se tudo isso.

Como sempre, temos assistido às anedóticas reacções desproporcionadas de muito portista, por muitos locais da bluegosfera ou das redes sociais, e a única reacção que me apraz demonstrar é esta:


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Fugindo então dessa histeria colectiva que parece triplicar por 1000000 sempre que temos uma época sem títulos, e que consegue colocar na lama e endeusar a nossa SAD no decorrer no mesmo dia, por vezes com poucas horas de espaço, falemos de "bola no pé", que é essa merda que interessa! Idiotas, de azul, amarelo, castanho ou branco, não merecem que perca tanta linha dum post.

E como a única bola que tem rolado tem sido nos pés dos putos, ou nos pés de hordas de sul-americanos que mais parece estarem num combate ao estilo Game of Thrones, é sobre isso que me interessa falar.

Quanto aos mais pequenos, diga-se que houve uma alteração no guião, mas no final aconteceu o mesmo de sempre.

As equipas de sub-20 e sub-21 já começam a dar uma leve ideia da importância de ter os jogadores jovens a jogar em campeonatos mais competitivos do que o Nacional de Juniores - seja nas equipas B, seja por empréstimo noutros clubes - e foram agradáveis surpresas no que à qualidade de jogo diz respeito. Há ali talento, há ali trabalho, mas falta o de sempre: força mental. Foi assim que os mais novos cederam nas grandes penalidades contra o Brasil, depois de um massacre de dimensões bíblicas durante os 120', e foi também assim que os mais velhos cederam nos castigos máximos contra uma limitada Suécia.

Foi muito bom ver que alguns dos nossos "putos" têm um potencial enorme, mas é importante que se saiba dar os passos correctos com cada um deles. Reconhecendo que André Silva, Gonçalo Paciência, Rafa, Tomás ou o Chico (e outros que não me chamaram tanto a atenção, mas que decerto mereceriam constar desta lista) têm um grande potencial, é igualmente importante saber como ir incluindo estes jovens nos trabalhos da equipa principal e, quem sabe, no 11 inicial, com toda a tranquilidade. É que a conversa do ADN Porto é toda muito bonita e cheia de flores, mas a verdade é que a aposta na formação não pode ser feita às 3 pancadas. Nem o argumento do "ADN Porto" pode ser misturado com a formação, porque são coisas distintas. E digo isto pensando, por exemplo, no Lucho, no Hulk ou no Moutinho, jogadores "formados" no Porto desde os 10 anos de idade (wink, wink).

De propósito, deixei de fora daquela lista o Ricardo. Só porque o tenho visto actuar como avançado na equipa das quinas, e continuo a não compreender que se insista no rapaz como lateral direito. Uma bela surpresa ver Ricardo jogar nos sub-21, naquela posição do terreno.



De fora ficou também aquele que para mim merece um destaque individual. Sérgio Oliveira! 
Acredito que seja um rapaz com alguns problemas de disciplina/fraca capacidade de trabalho/fraca capacidade mental. Recordo-me do súbito "apagão" que sofreu na segunda parte da época anterior, ainda no Paços. Mas achei-o estrondoso durante este Europeu de sub-21. Inteligente nos posicionamentos, com boa capacidade de remate exterior, seguríssimo em transição ofensiva. Gostei muito do que vi! E fico feliz que, finalmente, pareça ter-se dissipado o rótulo "40M€" dos ombros do rapaz. Espero que o mantenhamos por cá (sim v.a.s.c.o., já sei, pode ser por troca com o Herrera).



Terminando o tema "Selecções Jovens", não posso deixar de frisar que, a não ser que algo corra muito mal, temos nas nossas hostes (portuguesas e não portistas, entenda-se) um jovem que tem tudo para ser um enorme jogador de futebol dentro de pouco tempo (se é que já não o é), que dá pelo nome de Bernardo Silva. Formado num rival, desaproveitado pelo mesmo rival, ao que parece, adepto indefectível do rival... Sinceramente, não me interessa nada disso quando vejo aquele puto jogar "à bola" como o faz. Genial! Espero que Quintero tenha perdido algum do seu inútil tempo a tentar aprender que um grande jogador, não é só aquele que decide com um passe de morte. Precisa de baixar no terreno, lutar pelas bolas, fazer coberturas defensivas, etç, etç. 

Ao mesmo tempo, em terras chilenas disputu-se uma competição que - dizem - foi de futebol. Não vi todos os jogos, mas vi os suficientes para ficar na dúvida se não seria antes MMA ou wrestling. Estratégias arcaicas, sectores defensivos horripilantes, péssimas tomadas de decisão em catadupa, violência gratuita, más arbitragens... Enfim... valha-nos aquele sector ofensivo da Argentina, e a bela ideia de jogo do Chile (obviamente, os finalistas da competição), para nos termos conseguido entreter com algo até que o Brasão Mai' Lindo do Universo entre em campo.



E valha-nos tambem o enoooooorme par de tomates que o Alexis Sanchez teve na marcação daquela grande penalidade decisiva, adoçicando um jogo relativamente morno, e fazendo com que o grito habitual de "GOOOOOLOOOO" tenha sido substituído por um "EEEIIIISSHHHHH" (mesmo á Pedro Henriques), no café onde eu estava.

Sim, a minha Copa América terminou com um EEEEIIIISSHHHHH. Acompanhado de perdigotos e tudo...
Foda-se, como estou a precisar de ver azul e branco no relvado...

P.S.: enquanto publicava isto, assinámos contrato com o Esnaider, Pizzi e Kaviedes ;)