terça-feira, 30 de setembro de 2014

Sporting vs Porto

Mais um jogo sem vencer em Alvalade, mais um empate, mais alguns equívocos na equipa inicial e na batalha táctica do jogo (principalmente a meio-campo) e mais um jogo recheado de polémicas.



Jogar em casa dum adversário directo e entrar da forma desastrada como entramos, com um erro individual (mau passe de Rúben) e um descalabro colectivo na forma como fomos apanhados desequilibrados e ninguém soube compensar ninguém, aliado à saída fora de tempo e desnecessária de Fabiano, tornou o nosso início de jogo num pesadelo, do qual não conseguimos "acordar" até praticamente meio da 1ª parte. Raramente conseguimos subir com critério, houve demasiados passes sem nexo (há lá um de Casemiro que é uma aberração) mas, acima de tudo, uma falta de organização colectiva assustadora. Rúben e Casemiro raramente sabiam que espaços ocupar, e Herrera foi-se desgastando em demasia para tentar fechar portas a meio-campo. Os nossos laterais foram sendo "massacrados" com inúmeras situações de desvantagem numérica por deficiente ajuda por parte dos extremos e aqui destacou-se Alex Sandro pela negativa, a revelar as deficiências de posicionamento que não lhe víamos desde o ano passado, e sem pernas nem pulmão para aguentar com Carrillo. O Sporting pressionava de forma agressiva e inteligente, nunca deixando que os nossos jogadores tivessem tempo de rodar e encontrar apoios mais frontais, e o nosso jogo foi-se arrastando assim pela 1ª parte fora. Rematar pela primeira vez aos 20 minutos para a bancada e pela primeira vez com relativo perigo quase à meia hora de jogo é manifestamente pouco para um candidato ao título.

Lopetegui percebeu o erro e trocou quem deveria trocar ao intervalo. Um Rúben perdido em campo e um Quaresma praticamente inofensivo, e já com um amarelo após inqualificável entrada sobre Nani, só "porque sim" (começa a ficar complicado arranjar forma de te defender Ciganito...). Oliver e Tello vieram dar uma nova "alma" à equipa; soubemos ter mais bola, soubemos construir com maior critério (mesmo que a construção a partir dos centrais nos faça tremer tanto em algumas alturas), houve maior capacidade de pressão mas, acima de tudo, houve mais capacidade de jogar entre linhas, e de desequilibrar por completo a frágil defensiva leonina. Primeiro foi Jackson que, isolado tentou algo que pode ser considerado como "tiro ao boneco", mas uma sucessão de jogadas pela direita do nosso ataque culminou com o cruzamento que Sarr desviou para a própria baliza. Foi pena a lesão de Casemiro, que obrigou Lopetegui a improvisar com Reyes, e que nos retirou algum domínio enquanto nos readaptávamos à troca. Capel fez-nos congelar com uma "bomba" à barra, mas conseguimos terminar o jogo por cima, e Herrera ou Tello (jogada que devia dar direito a levar uns bons tabefes do Indi no balneário) poderiam ter dado um desfecho diferente ao jogo.

Empate que, tendo em conta a nossa 1ª parte, acaba por ser um resultado menos mau, mas que deixa aquele sabor amargo de voltarmos a não conseguir ganhar em Alvalade. E de termos o 4º empate consecutivo. E de estarmos a 4 pontos daquele lugar de que tanto gostamos.


(+) Positivo 

Oliver -  Bem-vindo de volta rapaz! Um jogador com a capacidade de virar um jogo do avesso mal pisa o terreno de jogo tem de ser de topo. Este menino é fabuloso. Joga muito, faz jogar, dá linhas de passe entre linhas e ajuda a desmontar defesas, abre espaços para que outros (Brahimi, Jackson, Tello, Herrera) possam decidir, mas é no momento de transição defensiva que este puto me tira do sério. A capacidade de pressionar bem, sem faltas desnecessárias e com roubos de bola em zonas perigosíssimas é algo que impressiona. Será muito pedir Oliver, Evandro e Rúben a 6 já em Lviv?

Reyes - Quando entrou para aquele lugar, temi um pouco pela nossa capacidade de resposta, mas o mexicano adaptou-se muito bem. Seguro no passe e bem a ocupar espaços, foi uma agradável surpresa vê-lo actuar com tamanha serenidade num jogo destes. Continuo a pensar que pode ser um jogador incrível, assim consiga estabilizar a parte psicológica.

Centrais - Tirando o lance do golo do Sporting, em que todos andaram aos papéis, uma exibição segura de ambos. Indi demonstrou um posicionamento impecável em certas situações, embora ache que perde demasiados lances aéreos. Marcano é daqueles jogadores que não inventa, mas precisa de trabalhar o passe. Em suma, boa exibição.

(-) Negativo 

A 1ª parte - Com que então não ganhamos aqui há não sei quantos anos? Vamos lá então entrar todos a "dormir" e permitir um golo logo aos 2', para ser mais interessante. Depois vamos lá esquecer de como se pressiona, de como se troca a bola e de como nos temos de posicionar até ao intervalo. O Mister depois corrige... Inqualificável a entrada no jogo e consequente 1ª parte da nossa equipa, a fazer lembrar alguns dos jogos do ano passado. Ano passado... Que arrepio na espinha! 

Alex Sandro - Quando Carrillo saiu, um amigo que via o jogo ao meu lado disse "O Alex Sandro acaba de respirar de alívio...". Um Alex trapalhão, lento, complicativo, desamparado (principalmente  na 1ª parte) e de volta às paragens cerebrais de um passado demasiado fresco na nossa memória. Cheguei a suspirar por Angel!

Quaresma - Começa a ficar complicado compreender como Quaresma pode encaixar-se neste F.C.Porto. Na 1ª parte, zero de apoio defensivo (a Danilo ou a Alex Sandro), poucas boas decisões quando em posse, um remate desastrado e absurdo na primeira vez que conseguimos um esboço duma jogada ofensiva, uma entrada violenta de menino amuado sobre Nani... Um suposto capitão de equipa, com muito mais anos de experiência do que muitos dos colegas, com muitos mais anos de casa, não pode ter esta postura. Lamento, Quaresma! Sou dos que procura defender-te ao máximo, mesmo quando se observa que não dás tanto ao colectivo como qualquer outro dos teus colegas - e até considero que tens andado esforçado para demonstrar que és capaz de ser trabalhador e humilde - mas és daqueles casos crónicos que, à primeira oportunidade, deita tudo a perder. És um Fábio Paim que conseguiu continuar a jogar futebol a um nível aceitável. Achas que vais ter sempre muito talento nos pés e hás de ter 40 anos e continuar a achar o mesmo, sem perceber que isso só não chega para a EQUIPA obter os 3 pontos. 

O trio do meio-campo - Lopetegui... Casemiro e Ruben ao mesmo tempo, não funciona! Se lhes juntares Oliver, talvez dê. Se lhes juntares Herrera, fica impossível. Casemiro é 6. Rúben é 6. Não sabem ser 8 (para já)! Já chega de cometer sempre o mesmo erro, para depois corrigir ao intervalo. Queima-se uma alteração e dá-se uma parte de avanço ao adversário. Nunca te chateei com o "não-caso" Quaresma e com a falsa questão da rotatividade. Até consegui perceber que tenhas evitado colocar Aboubakar contra o Boavista e que tenhas mexido tão tarde em Guimarães. Chegar a Alvalade e arriscar ir a jogo sem meio-campo já começa a soar perigoso. Espero que o regresso de Oliver te venha dar mais certezas.


Como já se disse antes, sou da opinião que o Porto tem de ganhar sempre, independentemente de contingências como relvados impraticáveis (Académica 2011/2012), roubos descarados (Alvalade 2002/2003) ou qualquer ataque alienígena ou desastre natural que possa acontecer. O Porto não ganhou em Alvalade muito por culpa do que se disse acima. Agora, é indesmentível que houve casos, que houve polémicas, que houve mais uma diferença de critérios gritante, e que no final de contas, já é o 3º jogo consecutivo em que tal acontece. Slimani afinal, pode apertar pescoços como e quando quiser. Adrien pode entrar de sola como e quando quiser. Jackson não pode conquistar uma bola a nenhum defesa quando quiser. E nem falo do lance da mão de Maurício, porque nesse lance até consigo dar benefício da dúvida à equipa de arbitragem. Já fomos beneficiados por árbitros e já fomos prejudicados, e vai ser sempre assim com os "grandes" enquanto forem "grandes". O mais curioso é observar o peso que tem um erro a favor do Porto e um erro contra. Erro a favor é corrupção. Contra é acidente. A favor é escândalo. Contra é perfeitamente normal. A favor é parangona de jornal. Contra é "esquecido".  A favor é o "Sistema". Contra é humano. Erro a favor é a justificação de vermelhos e verde e brancos para anos e anos de derrotas que aquelas vísceras não souberam digerir. Erro contra é o alinhamento perfeito dos planetas numa tentativa de "castigar" a malta do Porto porque "só" ganha com roubos. Nem vou falar do artista da cabeleira branca, o tal que disse que o árbitro "Não marcou porque não quis", e que achou que aquela arbitragem miserável contra o Sporting foi "Limpinha, limpinha!", que agora até manda piadolas porque o nosso treinador se queixou de nova arbitragem miserável  -  embora reforçando que não servia de justificação para não ganhar. Podia tentar, mas seria difícil explicar conceitos de honestidade intelectual aos dois solitários neurónios que habitam aquela cabecinha.

Escrito pelo Z

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Porto vs Boavista

Foi em dia de diluvio que o derby da cidade do Porto se voltou a realizar, sendo que a chuva acabou por ser responsável pelo atraso do inicio do jogo. Mas antes de começar a crónica do jogo é importante referir que passaram vários dias desde a realização do jogo. E nestes dias têm-se ouvido de tudo um pouco na Comunicação Social (que nunca surpreende) e na Bluegosfera. E é precisamente aqui que a estupidez e a falta de cultura de futebol tem mostrado de que massa são feitos alguns adeptos do Porto. Passo a listar algumas das barbaridades ditas nos últimos dias:  O Treinador é Espanhol, O treinador é mau por ser Espanhol, por usar muitos Espanhóis, pelo investimento feito tem que ganhar todos os jogos, a rotatividade, espanhol, Paulo Fonseca II, só põe os espanhóis, não põe o Quaresma, rotatividade, Espanha em geral, rotatividade novamente e para terminar é Espanhol. 

Vamos ver se nos entendemos. Esta equipa é nova. Toda nova. Há um ano atrás Fabiano, Maicon, Indi, Casemiro, Ruben, Herrera, Evandro, Brahimi, Tello, Quaresma ou Adrian nenhum deles era titular do Porto. No ano passado não havia uma ideia de futebol colectivo de Paulo Fonseca. Se querem criticar, critiquem a falta de jogo interior que a nossa equipa revela. Critiquem o facto de Herrera não ser o médio que a equipa precisa, critiquem a falta de minutos de Evandro ou a falta de qualidade dos nossos centrais na construção, onde o passe só "consegue" entrar no lateral e nunca entre linhas no meio-campo adversário. Isto são criticas que, concordando ou não, são legitimas e concretas. Atacar o treinador só porque sim... É um mau caminho. Só porque não põe este ou aquele, ou porque a equipa não goleia. A única critica que faço a Lopetegui directamente é só uma: Mister, deixe de ser tão correcto e cavalheiro com a imprensa e a arbitragem. Arbitragens como a de Guimarães não são coincidência. E com o Boavista a mesma coisa. Faltas defensivas transformadas em faltas do Jackson demonstram intenção clara de alterar a verdade.




Tempo de falar do jogo. Mas ainda antes do jogo houve a chuva. Muita chuva. Estariam realmente reunidas as condições para um jogo de futebol? Sendo as equipas da mesma cidade, não teria sido mais razoável adiar o jogo 24 horas? Há uma jogada de golo na primeira-parte, em que Tello coloca a bola em Brahimi e o argelino só não marca porque o cruzamento é interceptado pela... chuva. E o que há a falar do jogo jogado? Bem, foi um jogo de sentido único, com percentagens ridículas de posse de bola. Foi um "bater em mortos". E mesmo a expulsão de Maicon (exagerada na minha opinião tendo em conta entradas iguais de jogadores do Boavista) não mudou a vontade que o Boavista (não) tinha em jogar qualquer coisa que se aproxime a futebol. 11 gajos mandados para campo para defender. Comandados por um pitbull sem pedigree algum, que destila ódio ao Porto e cada jogador axadrezado que caía no relvado era ver "o senhor sem lábio de cima" a saltar como uma mola insurgindo-se como se de uma agressão se tratasse. Enfim, 4 pontos perdidos em duas jornadas. 2 jogos onde não fomos completamente competentes mas onde existiram factores externos a limitar a nossa capacidade. Tempo de chamar o Professor Karamba?!


(+) Positivo 

Danilo - Tem sido um dos mais motivados neste inicio de época. Correu como um desalmado por aquele flanco direito, tentando dar apoios a Tello e Quaresma, e procurando desequilibrar a defensiva boavisteira sempre que podíamos ganhar o flanco. Menção honrosa para Angel (só com muito má fé se pode dizer que o espanhol não tem qualidade).

Marcano - Foi a melhor noticia do jogo. Concentrado e muito competente do ponto de vista defensivo, o Espanhol parece preparado para ser titular em Alvalade. Imaginem agora que o rapaz não tinha jogado e que teria de ser lançado às feras em Alvalade?

(-) Negativo 

Este "Porto Manso" - Jogo de Guimarães e o nosso mister como pessoa educada que é, fala que errar é humano. Ele é treinador e se abre a boca é logo castigado. Mas não há ninguém na estrutura a "fazer barulho"? A expulsão de Maicon é um palhaçada. É um exagero de Maicon? Sim. Não devia entrar assim por causa da chuva e porque o lance não seria de grande perigo? Sim. Mas não nos iludamos. Houve pelo menos 3 faltas iguais ou piores por parte do Boavista e em algumas delas nem falta foi assinalada. Uns fazem "movimentos Basta" ou Comunicados, outros ameaçam com exposições à UEFA e ao TAS. Não digo que sejamos tão ridículos e repetamos comportamentos destes. MAS FAÇAM BARULHO PÁ! Mostrem no Porto Canal (se é que serve para alguma coisa...) os erros de arbitragem e algum elemento oficial do clube que exponha as situações e que não tenha medo de ser a imagem do clube. A única pessoa que vejo a defender o clube é o Bernardino Barros no Porto Canal. A chamar os bóis (literalmente) pelos nomes, desde jornalistas, árbitros a elementos federativos. Ponham os olhos nele e mexam-se...

Não aproveitar corredor central - Percebia-se claramente que a ideia do Boavista era ocupar espaço e defender a todo o custo. Mal. Muito mal. Quilómetros de espaço entre linhas que, uma e outra vez, não foi aproveitado por não haver uma linha de passe naquela zona. Troca de bola dum lado, desequilíbrio criado e passe longo (quase sempre bem feito, por sinal) para o flanco contrário, dando tempo à defensiva contrária de reorganizar, de forma mais ou menos atabalhoada. Neste tipo de jogos faz falta ter ali elemento que obrigue a confundir marcações (Jackson tenta, e tenta, e tenta...). Parece-me que Oliver é quem melhor lê estas situações, assim como Brahimi! Mas fica a ideia de estarmos formatados para jogar sempre em largura e isso pode nem sempre resultar.

Assassinato do Futebol - Perdemos pontos, é certo, contra uma equipa que não tem argumentos para muito mais. Ou será que tem? Rui Vitória também tem jogadores de III Divisão e consegue pô-los a jogar um mínimo de futebol. Para quem gosta de futebol, o Boavista de Petit é um assassinato ao jogo. Ter mais 1 jogador e não conseguir fazer 3 passes seguidos? Entrar em campo para assassinar o futebol? Deus queira (e nem sou religioso...) que esta anedota de futebol seja recambiada para onde merece (Obviamente, Petit foi catalogado pela "neutra" Imprensa como um génio da táctica. Imaginem que tinha feito igual noutro Estádio, para outras latitudes... Até acho que iam acusá-lo de anti-jogo, vejam bem...).



E amanhã há ida a Alvalade. Com o nosso anãozinho Óliver de volta, peço-vos encarecidamente: Tragam os 3 pontos e arrasem o Sporting do Bruno de Carvalho. Provem a toda a gente que estão lá para ganhar e ser uma ameaça séria. Que ponham o Rui Patricio a ir mais vezes ao fundo das redes que o Bruno de Carvalho a fazer comunicados. Vamos malta! Matai este "borrego"!


domingo, 21 de setembro de 2014

Dia de Derby!

Antes de começar esta publicação, deixem-me partilhar convosco que, durante 8 anos, defendi as cores axadrezadas do nosso vizinho do Bessa, no desporto que pratico. Para além disso, o meu pai foi capitão de equipa do Boavista durante um grande período de tempo, na mesma modalidade. Gostei muito de todas as pessoas que comigo se cruzaram naquele clube. Do clube, não gosto. Não esqueço a quantidade de vezes que, enquanto treinávamos no pavilhão, explodiam selvaticamente com os golos marcados pelos adversários (internacionais e nacionais) do F.C.Porto em dias de jogo. Não esqueço o olhar gozão e maldoso que nos lançavam quando percebiam que éramos portistas e que ousávamos vestir a camisola axadrezada. Não esqueço que, sendo um clube da cidade, a grande maioria dos boavisteiros que pude conhecer era anti-Porto antes de ser do Boavista. E essa grande maioria tinha coração vermelho ou verde antes de usar cachecol preto e branco. Não esqueço a forma rasteira como Jaime Pacheco e João Loureiro trataram o nosso clube quando estavam "por cima". Não esqueço o modo animalesco como fomos tantas vezes recebidos no Estádio do Bessa. Entenda-se, portanto, que a minha simpatia para com o Boavista (clube) é quase inexistente.

Mas há algo que, para mim, define o prazer de ser doente por futebol e o distingue como deporto-rei : as rivalidades. Meus amigos, não haja dúvidas que é esse factor que nos faz levitar, roer unhas, tratar mal os familiares próximos e o cão em dias de jogo grande (derby ou clássico). Se não fosse pelos Benficas, Sportings, Guimarães, Bragas ou Boavistas, que piada tinha isto? Aquela tensão electrizante, aquele faiscar nos olhos dos adeptos quando festejam o golo na cara dos rivais, as jogadas "durinhas", os casos de jogo, as declarações incendiárias, os cânticos provocadores, tudo isto dá corpo à adrenalina que alimenta as disputas dos nossos campeonatos, nos intervalos dos jogos contra Rios Aves, Gil Vicentes ou Olhanenses (importantes, óbvio, mas sem causar síncopes cardíacas). 

O derby portuense que amanhã vamos rever e reviver é bem-vindo e só peca por tardio. Não morro de simpatias pelos de xadrez, sei perfeitamente o que por lá se diz e se pinta do nosso F.C.Porto mas, não tenho dúvidas de que foram vítimas de uma perseguição e castigo sem precedentes que surgiu duma forma estranha por uns supostos "defensores da verdade desportiva" que, infelizmente, têm tido sucessivamente e de forma quase doentia dois pesos e duas medidas no que respeita ao tratamento dos clubes da capital e dos clubes do Norte. Aconteceu-lhes, no fundo, o mesmo que a nós, numa escala um pouco diferente. Enquanto não ganhavam nada a não ser uma Taça ou uma Supertaça aqui e ali, eram um clube simpático daqui do Norte, com umas camisolas engraçadas e tudo. A partir do momento em que pareceu que estavam a ganhar força, não tardou a que aparecessem os inimigos e os dedos acusatórios. O facto de terem um idiota chapado como presidente (o eterno João Loureiro) decerto ajudou a acelerar o processo de "assassinato" desportivo e financeiro. Foi injusto! Estão onde merecem estar.



 Sendo assim, é um prazer ver de novo um Derby da Cidade Invicta. 

Carregado de estórias e de História, este é um jogo do qual guardo inúmeras recordações, quer como visitante, quer como visitado. Não esqueço aquele impensável e electrizante 3-4 no Bessa na época do Penta, com golo do Mielckarski, a 2 minutos do fim, numa jogada à Brahimi. Na 2ª volta o jogo nas Antas foi o do título, e os nossos vizinhos resistiram com 10 jogadores até ao final. 3-2 foi o resultado e Timofte, de preto e branco, marcou um golo absolutamente inacreditável, aplaudido de pé pela nossa massa associativa, que não esquece jogadores como o romeno. Ou aquela Supertaça que os malandros nos vieram roubar às Antas (na altura jogava-se a duas mãos), mesmo com a nossa vitória por 1-0. E tantos jogadores... Ayew, Jimmy Hasselbaink, Nuno Gomes, Erwin Sanchez, Alfredo, Tavares, Nelo, Martelinho, Litos, Mário Silva, William, Pedro Emanuel, Bobó, Artur... 

Foi também um jogo com o Boavista que marcou a minha estreia a ver jogos junto da claque (coisa que poucas vezes se repetiu nos jogos em casa). Foi no Bessa que vi o meu Porto pela primeira vez fora de portas. Foi naquele jogo de sofrimento, em 2003/2004 no Bessa, com o Deco a ver 2º amarelo depois de dominar a bola sem chuteira e golo de Alenitchev quase no final.




Foram muitos jogos, grande parte deles extremamente renhidos, tanto em casa como fora de portas, que sempre tornaram os axadrezados em adversários de respeito, lutadores e extremamente caceteiros, dispostos a correr o triplo e a jogar o quádruplo do que podiam e sabiam para tentar lixar-nos a vida. Foram os jogos que, apesar de tudo, fizeram os diferentes campeonatos valer a pena. 

Obviamente que os tempos são outros e, provavelmente, o derby de amanhã não terá o mesmo "picante" de outros tempos. A pantera está ainda muito frágil e terá sérias dificuldades em manter-se na nossa divisão, pelo menos se os recursos humanos e financeiros se mantiverem escassos como até agora. Não será um derby como tantos dos anteriores. Não terá a mesma carga dramática pré-jogo. Mas assim que o árbitro apitar, vão de novo estar as camisolas mais bonitas do Mundo a jogar contra as mais esquisitas do Mundo. 

Para amanhã, não espero facilidades da parte da malta que veste de xadrez, mas espero sinceramente que o F.C.Porto faça uma exibição e resultado que espelhe bem a diferença astronómica de qualidade que efectivamente existe entre as duas equipas. E que no fim a meia dúzia de "boavisteiros verdadeiros" e os milhares que vão equipados de preto e branco, mas de coração pintado de vermelho ou verde, saiam do Dragão com a certeza absoluta de que mais valia terem ficado em casa.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Porto vs BATE Borisov e Tweetolandia

Noite de gala no Dragão hoje. No onze que Lopetegui escolheu o Porto surgia (em teoria) em campo com Brahimi no meio-campo e com Adrian e Quaresma a fazerem companhia ao capitão Jackson Martinez. Mas como depois se viu, há um plano B. Um 4x4x2 clássico (quando não tínhamos bola) que se desmontava em 4x2x3x1 (quando atacávamos) onde o espanhol contratado ao Atlético de Madrid era a peça mais importante, caindo nas costas de Jackson criando assim uma nova linha com Quaresma na direita e Brahimi na esquerda, e trocando por vezes com um destes. O Porto entrava com ganas e muito pressionante e Brahimi (que noite rapaz!) fez aos 5 minutos o 1-0. Daí para a frente foi um festival ofensivo dos homens de Lopetegui. Foi uma vitória fácil conseguida de forma brilhante por este fabuloso conjunto de jogadores que carregam o brasão abençoado ao peito mas como disse o nosso treinador "São três pontos normais". Uma noite histórica de Champions que nos enche de orgulho e confiança para o que aí vem. 


( + ) Positivo

Brahimi - Noite de estreia na Champions com um Hat-Trick. Como diria o senhor que assalta casinos nos filmes e vende cafés na TV: "What else?". Que mais podia o argelino pedir nesta noite? Depois das boas indicações da pré-época, é cada vez mais a figura deste Porto 2014/15. Tem muito talento nos pés, e promete continuar a pôr defesas adversárias em alvoroço. O primeiro golo tem uma finalização como deve ser (para cima malta, sempre chutar para cima!), o segundo com uma arrancada impressionante que deixou Tarik Sektioui orgulhoso e o terceiro num livre superiormente executado. Depois de uma noite destas é difícil não acreditar que Deus existe, que é argelino e usa o 8 nas costas.

Herrera - Um dos mais criticados aqui no blogue por mim e pelo Z, mas hoje o mexicano fez-nos "embalar a trouxa e zarpar". Um jogaço do mexicano. Emparelhado com Casemiro, foi um dos mais activos no meio-campo portista muito pressionante e preocupado em recuperar a bola rapidamente após a perda. Nunca vai ser um médio de toque curto a que estamos habituados (Lucho, Belluschi, Moutinho...) mas é na "reactividade" que o mexicano ganha pontos. Importante também nos equilíbrios num meio campo que por vezes teve apenas dois elementos. Mais exibições destas, sim Hector?

Discurso de Lopetegui - Confesso que tenho um "fraquinho" pelo mister. E é dificil não gostar quando estamos a ganhar 4-0 e o basco festeja o 5º golo da noite que nem um maluquinho com os punhos cerrados e a berrar com tudo e todos no banco. Ai Julen e, terminado o jogo, vais para a conferência de imprensa onde uma sala cheia de hienas te tenta estender a toalha e tu com o ar mais unimpressed do Mundo dizes: "São três pontos normais e seria ingénuo pensar algo mais. Realizámos um bom trabalho, mas é preciso dar continuidade. No futebol começa sempre 0-0 e tudo depende do que fazes. Não há mistério. Tudo o que acontece depende do que fazes. Para o bem ou para o mal” Spot on, coach. Spot on. 

Adrián Lopez - O patinho feio deste plantel fez uma exibição muito positiva hoje. Foi uma espécie de joker no ataque azul e branco. Não será jogador para levantar estádios mas deu hoje indicações de que poderá ser um jogador para ganhar jogos. Inteligente sem bola e a movimentação dele no segundo golo acaba por abrir o espaço para Brahimi finalizar. Marcou o 5º golo com muita classe e promete crescer a partir daqui. 

( - ) Negativo

Pequenas notas - Numa noite que roçou a perfeição, seria aquilo que os americanos apelidam de "dick move" estar a destacar alguém negativamente. Podia falar de Quaresma e dos seus 17 cruzamentos onde apenas 4 chegaram ao receptor, podia falar da incapacidade que Alex Sandro aparenta ter em realizar um bom cruzamento, podia voltar a falar de Alex Sandro e daquele bigode que ontem trouxe para o jogo (Seriously dude, o Carnaval é em Fevereiro), podia falar de Fabiano que por vezes treme mesmo quando não há razão para tal... Mas não. Esqueçamos isso tudo porque hoje portaram-se todos bem. 


Tweetolandia



PS - Há hora que vos escrevo o relógio aponta as 3h51 e as capas dos jornais desportivos já saíram. O Jogo faz capa com a nossa exibição e A Bola divide a capa entre o nosso jogo e o do Sporting. Até aqui tudo bem. Nojenta, abjecta, reprovável é a capa do Record de hoje (imagem aqui). Eu sei que aquilo que os "brilhantes" profissionais que deambulam pelo Grupo Cofina fazem no dia-a-dia se assemelha ao produto final da ingestão de uma caixa de laxantes seguida duma ida a um restaurante Indiano clandestino. Mas não conseguem mesmo ter um pinguinho que seja de vergonha? É que eu não me lembro de uma equipa Portuguesa a ganhar por goleada na Champions League nos últimos anos. Shame on you fools!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Vitória SC vs F.C.Porto


Duelo de líderes, em Guimarães, nesta 4ª Jornada da Liga Portuguesa. Face à longa paragem nas competições domésticas para jogos das selecções - algo que, nesta fase inicial dos campeonatos, me parece absolutamente ridículo - havia alguma expectativa face ao que poderia produzir o nosso F.C.Porto, desta vez sem a magia de Oliver no meio-campo. Não fomos péssimos mas também não fomos totalmente competentes, e perdemos pontos contra uma bem orientada e "espremida" equipa de Rui Vitória. 


Os primeiros 30 minutos foram... um bocejo. Do nosso lado, jogo lento e previsível, muito por culpa dum meio-campo desorganizado e sem ideias, com demasiados maus passes e falhas de posicionamento que chegaram a enervar. Terminámos a 1ª parte com uma quantidade anormalmente baixa de ataques e permitimos quase o mesmo número ao adversário. Não fosse Brahimi (a demonstrar mais credenciais a cada jogo que passa), a desequilibrar nas suas diagonais venenosas, e a solidez defensiva demonstrada e dir-se-ia que não estivemos em campo. Depois da paragem devido aos lamentáveis incidentes registados na bancada dos adeptos da casa notou-se uma clara melhoria na produção. Fez-nos bem o "time-out"! Nesses últimos 15 minutos conseguimos ter mais bola, chegar mais vezes com perigo e podíamos até ter marcado por Brahimi. O resultado ao intervalo espelhava o equilibrio que se registou, e castigava o nosso aparecimento tardio no jogo.


A 2ª parte foi claramente melhor, houve mais velocidade na circulação e mais bola, mas o ponto de viragem na partida foi a entrada da Evandro, que veio dar um elemento de ligação ao ataque ate então, inexistente. Brahimi e Ángel - que desta feita fez um jogo bastante positivo - fizeram a cabeça em água ao lado direito da equipa vitoriana, e duma das arrancadas de Brahimi resultou o penalty que deu a Jackson o golo. Confesso que dada a serenidade evidenciada nos processos defensivos, não pensei que os da casa fossem capazes de chegar ao empate. Acabaram por chegar num erro individual  clamoroso (que ingénuo foi Jackson...) e, pese embora as jogadas que criámos até final, que deixaram uma clara ideia de que poderíamos ter ganho com facilidade, acelerando um pouco o jogo, o resultado não mais se alterou. Um castigo justo para a forma amorfa como, mais uma vez, entrámos no jogo, e para a inoperância do nosso meio-campo durante largos períodos.


Repito, a ideia geral com que fiquei foi que com mais alguma velocidade na circulação e com um elemento como Evandro como titular, a comandar o meio-campo e a criar linhas de passe seguras para subirmos no terreno sempre bem apoiados, poderíamos e deveríamos ter saído de Guimarães com os 3 pontos. Saímos com 1... Foi como pedir um fino e darem-nos Sagres em garrafa. Ou como comer francesinha sem linguiça e com bife de perú. Meh...


(+) Positivo


Maicon e Indi -  Um belo jogo destes senhores. Sempre seguros nas coberturas, e impecáveis na marcação ao irrequieto Tomané. Sendo certo que continuam a evidenciar não serem "Iniestas" na fase de construção, nota-se já algum trabalho na nossa dupla. Mais jogo simples quando é necessário (evitando aqueles 10 minutos de calafrios como contra o Marítimo, por exemplo), e alguns passes mais verticais que ajudaram a abrir espaços lá na frente. Acima de tudo, muita segurança (especialmente Maicon).  Gostei!

Brahimi -  Que jogador incrível! Foi o grande motor da nossa equipa, mais uma vez. Quando joga na esquerda, revela ter uma capacidade técnica apurada e uma velocidade de execução estonteante. É capaz de desmontar teias de adversários com uma facilidade desarmante e, mais importante, nunca perde o sentido colectivo do jogo, procurando sempre jogar e tabelar com os companheiros. MVP deste jogo!

Jackson pelo golo - Outro golo do nosso renovado goleador. E de penalty!! Será desta que a nossa "diarreia mental" dos penalties termina?

Evandro -  Começa a ficar complicado perceber a razão pela qual o nosso médio mais inteligente não é titular. A diferença abismal de qualidade de jogo após a sua entrada diz tudo. Joga bem, joga simples, faz jogar, equilibra a equipa, define quase sempre muito bem e tem uma tranquilidade que chateia. Parece Herrera... Ou Casemiro... (suspiro...)

Solidez Defensiva - Já na 2ª parte perdemos uma bola ainda no meio-campo defensivo. O estômago, ainda em ressaca da época passada, de imediato se encolhe até ficar do tamanho duma avelã. A equipa reage rápido e consegue de imediato colocar ganhar superioridade numérica e obriga o adversário a falhar. Bola nossa de novo... Que saudades de sentir segurança. Relembro que, fora um canto que Fabiano podia ter defendido com o cordão da chuteira e um livre mais perigoso, não me recordo de ver - neste jogo e em vários anteriores - o adversário a ter ocasiões claríssimas para marcar, ou a jogar com à vontade no nosso meio campo. 20 remates de longe? Venham eles...

(-) Negativo


Quintero -  Já se percebeu que Quintero é um 10 à antiga. Gosta muito de ter bola e tem uma técnica acima da média. Percebe-se que aquele pé esquerdo é um tratado. Mas o futebol joga-se em muitas outras vertentes. Não tem cultura táctica para jogar a meio-campo, mas também não consegue assumir de forma competente o posto de avançado interior. Muitos "rodriguinhos", uma incapacidade alarmante de jogar "por fora", com o pé menos dotado, muita preocupação em querer decidir tudo a cada lance e muito pouco futebol. Cheguei a desejar que fosse Adrián daquele lado...

Casemiro - Demasiado lento, demasiado complicativo e com péssimos timings de abordagem aos lances. Nota-se que sem uma referência segura a meio-campo, tanto ele como Rúben parecem perdidos e desposicionam-se bastantes vezes na fase de transição defensiva. Tem um físico portentoso mas demora muito a perceber qual a melhor opção. Precisa de jogar simples e, vá, quando estiver em posição frontal arriscar um remate à baliza, que não lhe faz mal nenhum. E já agora, procurar  não abusar das "faltas tácticas". E emagrecer. Ok?

Herrera - Podemos deixá-lo jogar com a camisola do México? Herrera dá a ideia de ser um óptimo médio box-to-box, com boa capacidade de transportar a bola e confortável com um jogo mais vertical. Parece perdido na nossa teia de "segurança" na construção, errando um número ridículo de passes (alguns deles em zonas de morte), raramente conseguindo desequilibrar as densamente povoadas zonas intermédias de 99% das equipas do nosso campeonato. Foi doloroso ver a quantidade de péssimas decisões que tomou sempre que conseguiu chegar com bola ao último sector do Vitória. Um desespero! Muitos furos abaixo de Evandro, seria a minha escolha para dar o lugar ao brasileiro.

Lopetegui - Mister, adoro ver a forma incansável como segue as incidências do jogo. Tem dado para perceber que a malta tem trabalhado para evitar certos erros que evidenciámos nos jogos de preparação e no primeiro ciclo de jogos desta época. Mas, porra! Se houve coragem para apostar no Rúben, e para confrontar o vedetismo do Quaresma, também tem de haver "cojones" para sentar o Herrera e/ou o Casemiro e ver como funciona com o Evandro! Não podemos continuar a dar primeiras partes de avanço aos adversários. Se a ideia é ter bola e construir com segurança, construamos, mas com mil raios, ganhemos facilmente este tipo de jogos... Ah, e aquela substituição aos 89 minutos teve laivos de Paulo Fonseca. Não sei se ouviu que o rapaz passou mal aqui...

Jackson no penalty cometido - Numa palavra: menino! Desculpa mas foste mesmo "anjinho". Tínhamos o jogo na mão. Ah, e aquele falhanço aos 84 minutos não pode acontecer. Parecias um avançado da Selecção Nacional.


Consegui fazer toda esta crónica sem analisar o trabalho das bestas quadradas que nos apitaram. Curiosamente, enquanto todo o mundo brada aos céus o fora-de-jogo mal tirado ou o(s) penalty(ies) que ficou(aram) por assinalar, deixo aqui uma opinião diferente. Se calhar nem foi a parte pior, vá... Perto dos 20 minutos, o Porto ganhava 11-2 em faltas. 11!! Cheguei a pensar que íamos terminar o jogo só com Fabiano em campo. Ao fim e ao cabo, é assim que se controla jogos. Com dualidade de critérios. Com a marcação persistente de faltas que não o são, na tentativa de bloquear e irritar a equipa com melhores intérpretes. Foi um desses jogos.

Não sou mau rapaz mas confesso que não me importava se o senhor tivesse qualquer tipo de azar, como por exemplo tropeçar enquanto atravessa o tabuleiro superior da Ponte D.Luis e, na queda, ainda acertar no tabuleiro de baixo com os queixos. E sobreviver. E viver com dores para o resto da vida. Lá está, todos têm direito de errar. Se o homem erra em 2 lances - mesmo que capitais -, um gajo deseja-lhe coisas más na mesma mas acaba por compreender. Assim é feio de mais.

Continuo, porém, a considerar que deveríamos ter ganho o jogo facilmente, mesmo aqueles bandalhos a fazer tudo para nos complicar a vida.

P.S.: A acompanhar a queda da ponte, bem podia ir o João "Obeso Mórbido e Prestes a ter um AVC" Gobern. Quebrei a promessa de nunca mais ver programas televisivos de futebol por uns segundos e fiquei logo assim!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Portugal: a humilhação, segundo Bento

Como a Selecção, para mim, deixou de ser sinónimo de empatia desde a Era Scolari, é com algum distanciamento que nos observo a ser humilhados repetidamente pelas Albânias e EUA desta vida. Sinto, aliás, um certo calorzinho no estômago - como senti nos 7-1 da Alemanha ao Scolari - quando vejo a incompetência atroz ser castigada da forma que merece. 

Há realmente coisas que são fantásticas...

Depois de no Mundial termos levado 6 atletas (!) lesionados ou a recuperar de lesão - decisão tomada em consonância por equipa técnica e médica - e termos sido afastados com as exibições colectivas e individuais mais patéticas desde 2002, chegou-se à conclusão de que a culpa tinha sido... da Equipa Médica. Uma vez substituído o Sr. Dr. Henrique Jones - esse sacana que continua a achar que Miguel Veloso e João Pereira são titulares indiscutiveis - estava lançada a primeira pedra para a propalada renovação da Selecção.

Mas Bento é fraco, tecnicamente e de carácter, e como tal tudo está longe de estar resolvido. 
Expliquem-me lá isto: então Adrien faz uma época notável no seu clube e não serve para a Selecção do Mundial. Depois já serve para ser convocado para o primeiro jogo da Qualificação. Mas quem começa a titular é... André Gomes? Como é??
Precisamos de marcar um golo desesperadamente e sai Ricardo Costa para entrar... Miguel Veloso??? André Almeida não mostrou já ser um bocadito melhor do que João Pereira, que corre o risco de ficar o resto da época sem jogar porque no Valência ninguém o quer? 
Entre ter o Vieirinha, gordo e inútil, não achas que o Quaresma era capaz de te dar outro tipo de soluções?

Oh Bento, tal como o Scolari disse publicamente uma vez, também tu não deves querer gastar dinheiro para vir até cá acima ver o Porto jogar, mas quando puderes, pesquisa um tal de Rúben Neves. Bem sei que joga de azul e branco e não marcou um golaço ao Porto na época passada num jogo para a Taça, mas o miúdo até é bom pá. Tem mais classe, inteligência e maturidade aos 17 anos do que o Veloso teve a vida toda!! 
Ah, chamaram-no para os sub-21 e não saiu do banco...

Sendo assim, tudo OK, fica lá com Velosos e Meireles... E Andrés Gomes, e Cavaleiros. Esses sim, são brilhantes jogadores de futebol!

Tudo isto num jogo contra uma Albânia que teria sérias dificuldades em terminar a nossa II Liga num lugar de meio da tabela, tamanha a fraca qualidade que apresenta. Portugal tinha obrigação de ganhar a esta Albânia, nem que jogasse só com jogadores dos campeonatos secundários... Mas a versão oficial é que faltou Ronaldo e, por isso, tudo está explicado...

Haja paciência!

"Poderia ter sido melhor." 
 Palavras de Giovanni de Biasi, seleccionador da Albânia, no final do jogo.


domingo, 7 de setembro de 2014

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

"Motar" o Futebol...

Imagem retirada do site d'O Jogo

É oficial: José Mota, esse assassino do futebol está de volta. Não entendo como conseguem continuar a dar emprego a treinadores desta casta. José Mota, será o eterno tipo de treinador que coloca as suas equipas a jogar da forma mais detestável que conheço:

 - Jogar em 30 metros de terreno (entre a sua baliza e a meia lua da grande área);

-  Instruir todos os jogadores para agredirem as vezes que conseguirem os adversários e protestar de forma veemente quando o árbitro vê e mostra vermelho;

- Ter fé nos pontapés de baliza, no pontapé longo a partir dos centrais (muitas vezes, indivíduos possantes que Mota encontra a trabalhar nas florestas da Amazónia a cortar árvores), colocar um maluco na frente a ganhar as primeiras bolas de cabeça e ver no que dá;

-  Invariavelmente perder, porque no futebol só há milagres de vez em quando;

-  No final de cada jogo colocar a culpa da derrota por 3-0 na dualidade de critérios do Shôr árbitro, na falta de sorte e naquele penalty que ficou por marcar no primeiro de 2 ataques que a equipa fez o jogo todo;

- Ser despedido no final da época porque, foda-se, aquilo é mesmo futebol miserável e mais vale tentar com o Couceiro ou isso...;

- Regressar a outro clube porque - infelizmente - presidentes como o Fiúza (gente que percebe muito de lavagens de dinheiro das empresas mas quase nada de futebol, e que mal sabe ler ou somar 2+2) gostam de pegar em gente desta e acreditar que são mesmo treinadores de futebol.

O Futebol Português (ainda) continua de luto...

P.S.: o Paulo Bento continua à frente da Selecção.... Até o Brasil foi capaz de despedir Scolari!!




Pepijn Lijnders e o trabalho de formação

Encontrei este video há cerca de uma semana perdido pela internet. Para quem não sabe, Pepijn Lijnders foi o responsável por desenvolver o talento individual da nossa formação até ao final da época passada. Saiu este Verão para ir treinar os sub-18 do Liverpool. Achei que seria interessante partilhar com vocês um video que me deixou bastante curioso sobre este trabalho invisível que, grande parte das vezes, muitos de nós nos esquecemos. Enjoy!