sábado, 29 de novembro de 2014

A CS e o F.C.Porto


Programas de TV, "paineleiros" com a sapiência dum anelídeo, comentadores com a imparcialidade dum nazi que disserta sobre sistemas democráticos, pasquins cujo papel nem sequer para limpar o rabo serve... Não tenho paciência para todo o circo montado em torno dum desporto que amo. E quando digo isto, digo-o em relação a todos (mesmo todos) os exemplos que acima referi. Interessa-me muito pouco o que um qualquer bêbedo, com voz de bagaço, tem para dizer sobre o fora-de-jogo que não foi marcado neste ou naquele jogo, quando o que ele deveria fazer era partilhar todo o vasto conhecimento que possui de rins e de cirurgias que envolvem rins. Não me interessa nada o que um incendiário ex-ministro possa pensar ou não do seu ou do meu clube (cujo nome essa besta só deveria poder pronunciar depois de lavar a boca com lixívia, esfregão de aço e desinfectante de sanitas). Estou a marimbar-me por completo para as análises tecnico-tácticas do gajo da estação pública que parece saber tudo sobre todos os assuntos relevantes para a nossa sociedade (e também sobre futebol), ou o Grande Novo Mestre da Táctica, que agora parece que até dá conselhos ao Guardiola, que nos punha quase a dormir nas cadeiras do Dragão mas que, ressabiado da vida, lá decidiu fazer uma ou outra piadola às nossas custas. Nem sequer Oliveiras, Rodolfos, Miguéis, Guilhermes, nada! No fundo, não consigo acreditar que a agenda que traz qualquer um destes artistas a programas deste calibre, ou a colunas de opinião nos diferentes pasquins, seja 100% em prol do clube. Por outro lado, não consigo encontrar qualquer tipo de interesse ou de lógica em pagar a indivíduos para ter "conversas de café" em frente a câmeras de TV. Por último, deixo a questão: porque não ter lá 18 individuos que possam comentar as incidências dos jogos de cada um dos clubes da nossa Liga de Futebol? Quando a Académica fôr prejudicada em 4 jogos consecutivos e ficar em zona de descida, não terá também direito a que a defendam em directo, nos 500 canais que passam programas do género? Não será giro fazer análises tácticas de todas as equipas deste campeonato (por exemplo, perceber como Paulo Fonseca conseguiu voltar a colocar uma equipa mediana a jogar um futebol engraçado?).

Isto é aquilo que penso sobre todos os programas, artigos de opinião de todos os jornais, e sobre todo e qualquer personagem relacionado com este mundo de "incendiários", de doentes mentais, de mentecaptos e desonestos intelectuais.

As opiniões que realmente me importam, leio-as aquiaquiaquiaquiaqui, e aqui. São estes os meus "camaradas" das "conversas de café virtuais" - é a sua opinião que mais me interessa, a que mais valorizo e não há qualquer Oliveira, ou Rodolfo, ou Zé Guilherme que alguma vez possa mudar isso. Porque estes são camaradas que estão em todas, que retiram nacos do seu precioso tempo para nos presentear com diversas pedras preciosas na forma de textos, em troco de convívio e salutar troca de ideias, mas sempre com o nosso clube do coração à frente de tudo.

Já sobre as diferentes estações de televisão ou sobre jornalistas que não escrevem colunas de opinião, tenho uma visão diferente. Indivíduos que exercem uma determinada profissão, que têm o dever de informar sem emitir pontos de vista, devem cingir-se a fazer exactamente isso. A treta das audiências ou das vendas (caso dos jornais) para justificar que uns estejam sempre na ribalta e outros sejam desprezados, para mim significa ZERO.  Se tenho o dever de informar o público que aquela linha corre da direita para a esquerda, não posso - não devo - relatar que ela corre de baixo para cima. Se decido referir que determinado produto é cobiçado por 3 grandes empresas da praça, não posso atirar isso ao "ar" e remeter para "fontes próximas das empresas". Não é ético, não é profissional. Relativamente a outras temáticas, determinadas deturpações da verdade podem até dar lugar a processos legais.

A Comunicação Social (CS) tem o dever de informar o público de forma absolutamente imparcial no que respeita a todos os temas que são abordados, e de tratar toda e qualquer instituição da mesma forma. Isto é válido para a imprensa dita "normal" ou para a imprensa desportiva. 

Até hoje, sempre vi a forma como a Imprensa, no geral, trata a Instituição Futebol Clube do Porto, e todos os que com ela estão envolvidos (jogadores, treinadores, dirigentes ou adeptos), como uma forma de tornar ainda mais saborosas as nossas vitórias. Desde sempre que me recordo do meu avô falar da vergonha que era ouvir os relatos dos jogos da época "gloriosa" do nosso futebol, ou das constantes deturpações de factos que eram escritas nos pasquins da época. As coisas não se alteraram assim muito de então para cá, com uma grande diferença de contexto porém: dantes éramos os coitadinhos cá do burgo, os gajos simpáticos e barulhentos de "cá de cima", com muita capacidade de batalha, mas sem a mesma expressão que outros emblemas à época. Umas décadas depois, somos um nome sólido do futebol europeu, um clube recheado de sucessos, dentro e fora de portas, que ousou ombrear com os todo-poderosos "símbolos da pátria", intocáveis e inatacáveis, vizinhos e rivais, Sporting e Benfica. O clube simpático de outrora deu lugar a um antro de corrupção. Vieram as Escutas, os Apitos, os Donos da Bola, os casos Paula. Tudo com o objectivo de destruir e descredebilizar as nossas cores, de formas mais ou menos astuciosas, mais ou menos rasteiras, mas de forma ininterrupta de há vários anos para cá. 

Consigo compreender as dores dos nossos "queridos rivais". De que outra forma se consegue justificar que um clube que decidiu romper com a dicotomia de liderança desportiva (reinante durante tantos anos neste País) tenha conseguido alcançar tanto sucesso, num tão curto período de tempo? Um clube que não tem 300.000 sócios nem 6M e mais uns trocos de adeptos e de simpatizantes? Um clube que não tem o Estádio com maior capacidade? Um clube proveniente duma cidade tão pequenita? Um clube que não tem títulos nas fortíssimas modalidades de ténis de mesa e de sameirinha, como aqueles tão ecléticos do bairro de Alvalade? Um clube que veio do zero (ou quase) e que de repente se tornou num caso tão sério e elogiado de liderança e de cultura de vitória por esse Mundo fora? Nãããã... Impossível, aqui tinha de haver marosca. 

E é precisamente aqui que a CS deste país (a quase totalidade), tem um papel fundamental, neste fabricar, congeminar de teorias da conspiração que permitam trazer alguma paz de espírito aos acéfalos que teimam em não conseguir entender que foi com trabalho, sacrifício, união, organização luta, que conseguimos chegar às bocas da Europa e do Mundo. Porque toda a CS está (conta)minada por péssimos profissionais, que na hora de serem sérios vêem as suas canetas, esferográficas, teclados e gargantas, serem dominados pelo benfiquismo, sportinguismo e anti-portismo primários. 

Como sou avesso a confiar em coincidências, mas também não almejo a ser um "teórico da conspiração" profissional, não me surpreendem muitas coisas que se têm passado no desporto português nos últimos anos. 

Não me surpreende que tenha sido um jogador nosso (Paulinho Santos) a levar um castigo sem parelelo, por ter partido o maxilar ao Menino D'Oiro, num jogo em que AMBOS trocaram agressões. Não me surpreende que Acosta, anos depois, não tenha levado castigo semelhante por ter partido o osso malar do mesmo Paulinho Santos depois duma agressão cobarde, perpretada só e apenas por Acosta. 
Não me surpreende que se tenham descortinado casos fantásticos de aliciamento de arbitros em jogos duma das mais fortes equipas do F.C.Porto de sempre (campeã europeia nessa época) com os fortíssimos Beira-Mar e Estrela da Amadora. 
Não me surpreende todo o aproveitamento mediático que foi feito dessa fase, como se se conseguisse justificar conquistas consecutivas de Campeonato, Taça UEFA e Champions com tentativas de aliciamento de árbitros para jogos com equipas que lutam para não descer de divisão. 
Não me surpreende que um dos melhores jogadores que por cá passou, e que mais influência teve nas diferentes equipas do F.C.Porto durante os anos em que cá esteve (Hulk), e outro que sem ter a mesma influência, era igualmente um jogador importante para a equipa (Sapunaru), tenham sido suspensos preventivamente durante um período incrivelmente largo de tempo, por um caso ocorrido num dos mais problemáticos túneis do país, após provocações de elementos externos ao jogo, numa decisão disciplinar (de novo) sem precedentes no desporto português. 
Não me surpreende que se trate os adeptos do F.C.Porto como OS piores, OS mais violentos, OS desordeiros, OS criminosos, julgados na praça pública com direito a parangonas em todos os imparciais membros da nossa CS sempre que algo de reprovável ocorre, sendo que noutros locais há esfaqueamentos, very-lights assassinos, autocarros incendiados, bancadas incendiadas, e muitas das vezes nem uma linha se escreve sobre o assunto. 
Não me espanta que em tantos anos de Selecção, depois de episódios lamentáveis como o de Saltillo, tenha vindo um "programa" trazer a lume um episodio tão inenarrável como o do Caso Paula, assim como não me surpreende absolutamente nada que em tantos jogadores da Selecção, só mesmo os do F.C.Porto tenham tido algo que ver com isso. 
Não me surpreende que um very-light enviado para dentro do relvado no Estádio das Antas tenha dado origem a não sei quantos jogos de interdição, e que invasões de campo como já vi acontecerem em Alvalade ou a do "Diabo" que, efectivamente, apertou o pescoço dum juíz de linha na Luz, tenham passado ao lado de toda a gente, como um gajo magro passa pelos pingos da chuva. 

Não me admira que as vitórias dos outros sejam sempre mais meritórias e limpinhas do que as nossas, ou que os Fenerbahces, Sevilhas, Maribors, Monacos, APOEL's, Celtics que os nossos rivais enfrentam sejam sempre colossos do futebol europeu, ao contrário de nós, sempre com adversários "fáceis". 
Não me admira que a um treinador seja permitido dar estaladas em jogadores contrários, provocar treinadores adversários, agredir polícias, conspurcar continuamente o nosso lindíssimo dialecto, ser indecoroso com jornalistas, e dar-lhe titulos de "Exterminador Implacável" ou de "Doutor do Povo", lambendo o chão que pisa (e se possível os tomates do homem também). 
Não me admira que os nossos treinadores não possam soltar uma flatulência sem que sejam chamados ao cepo e guilhotinados com toda a propriedade pelas "virgens ofendidas" só porque ousaram falar de modo mais agressivo numa conferência de imprensa. 
Não me surpreende que Deco ou Mourinho, sempre tão perseguidos e criticados dentro de portas, só tenham visto o seu valor ser reconhecido após abandonarem o clube português com mais títulos internacionais (de longe).

Não me espanta não ter tido nenhum filho da puta de nenhum jornalista a querer saber a opinião do treinador e de um jogador (como SEMPRE acontece) do ÚNICO clube portugûes que, nesta edição da Champions, vai ficar em 1º do grupo, já tinha garantido a passagem à próxima fase, garantiu a 4ª vitória em 5 jogos da mais prestigiada competição internacional.

Não me espanta mas, desta vez, penso que se foi longe de mais. A "vendida" CS evoluiu: de transmitir notícias de forma tendenciosa, passou para nem se dignar a enviar um profissional para uma "flash-interview" dum clube português no estrangeiro. Sem precedentes. Impossível de ocorrer com o clube dos 6M e o dos ecléticos (que, da última vez que vi, habitam o mesmo país que nós). Com esta até eu, que não me surpreendo com nada, fiquei absolutamente furioso! 

Por mim, cortava-se toda a comunicação com qualquer membro dessa abjecta CS. Sem comunicados ridículos, sem folclores, com uma acção assertiva e firme (daquelas que o meu clube me habituou a ter noutros tempos): "Caros amigos, se não estão com vontade de enviar malta para seguir um jogo da Champions, podem ir seguir o c*ralh* que vos f*d*, a partir de agora. Aqui não voltam a pôr as patas!". Fácil, não?

Como sei que isso não deve acontecer, no Domingo lá estarei, ao lado dos "meus", de dentes e punhos cerrados, a demonstrar aos mesmíssimos filhos da puta que teimam em nos perseguir e maltratar, que é precisamente por causa disso que tenho um orgulho cada vez mais perfeito, completo e indestrutível pelo meu F.C.Porto.




10 comentários:

  1. Caro Z,

    Que grande artigo pá! (no duplo sentido)!

    Muito bem! Vou levar!

    Já agora, vou estar no Domingo no Dragão, gostava de te dar um abraço. Se quiseres combinar alguma coisa manda um iméile.

    Abraço!

    Jorge Vassalo | Porto Universal

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    1. Caro Jorge,

      O v.a.s.c.o. já me disse, na brincadeira, que no dia em que eu escrever um artigo com boa capacidade de síntese vai ligar à minha mulher para me mandar internar! Concordo com ele, as vezes exagero. Mas passei aqui uns dias a remoer o assunto... Quanto ao convite, checka lá o teu iméile!

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  2. @ Z

    com toda a legítima propriedade que me assiste, vai escrever assim para o car@£¿o pá!
    não faltou nada e nada mais há a acrescentar, a não ser agradecer a referência ao meu singelo estaminé.

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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    1. Obrigado Miguel! E não tens nada que agradecer a referência (quem cá vem sabe em o nosso ciclo de blogs predilectos). Sempre que pudermos vamos "referir-vos" com todo o prazer!

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  3. Belissimo artigo !! só me resta dizer VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO !!!!

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    1. Caro Mancini,

      Muito obrigado pelas palavras. Continua a aparecer por cá!

      Um abraço portista!!

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  4. Nesta verdadeira posta de pescada, mas da boa, só acrescento que às vezes dá muito jeito aquilo que é dito em alguns programas pelos nossos amigos e inimigos. Ficamos asaber como eles funcionam, como os devemos tratar, como nos devemos preparar.
    Registo e agradeço o facto do meu blog ser citado como um dos teus lugares de preferência.

    Abraço

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    1. Caro Vila Pouca,

      Eu e o v.a.s.c.o. ficamos honrados por deixar aqui o seu agradecimento sob forma de comentário. Esperemos vê-lo por cá mais vezes!!

      Um abraço portista!!

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  5. Caro amigo Z, sou um portista do final dos anos 50 a viver em Lisboa, e concordo totalmente com tudo o que escreveu, comentários de paineleiros já não os vejo, com exceção do PML. Dá-me um gozo tremendo utilizar os mesmos argumentos para esta cambada que tem umas palas de burro velho, mas é isto que nos dá mais força. Um grande abraço

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  6. Antes de mais, deixe-me agradecer a sua visita e o seu comentário. É uma honra poder chegar a portistas de todos os cantos do País, e poder partilhar pontos de vista tão próximos. É também um prazer saber que este portismo incondicional cavalga por este maravilhoso mundo "virtual", conseguindo aproximar-nos tanto.

    Espero vê-lo por cá mais vezes!

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