quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

De volta aos "palcos"!

Muito tempo passou desde o ultimo texto. Desde que criámos o blog, estabelecemos um pacto acerca da forma como iríamos abordar esta aventura: sempre numa perspectiva de uma saudável e responsável diversão. Acima de tudo, o nosso objectivo sempre passou por termos um espaço para falar de futebol, do nosso Porto, sem agendas, sem datas, sem obrigações, apenas pelo prazer de publicar muito do que partilhamos no nosso dia-a-dia quando falamos sobre o Porto.

Pois bem, ultimamente (sobretudo por razões profissionais), acompanhar sequer os jogos tem sido absolutamente impossível, e se há coisa que ambos abominamos são textos de opinião escritos em cima do joelho. E então, fomos aguardando pacientemente pela próxima oportunidade. Ei-la aqui, finalmente, nesta gelada primeira semana de Fevereiro.

Desde o jogo em Penafiel que não aparecemos e neste tempo muita coisa se passou no Universo Azul e Branco.


Vimos um Braga x Porto que foi tudo menos um jogo de futebol arruinado por um Machado que só cortava para um lado... Vimos um Porto de luta, de raça, de guerra como há muito não se via por aqueles lados. Vimos Marcano e José Angel a parecerem da cantera desde meninos, vimos Ruben Neves a coxear mas a dar tudo naqueles minutos finais, vimos Reyes a desperdiçar (mais) uma oportunidade, vimos Tello mostrar que garra e capacidade de luta não é com ele. E claro, vimos o regresso do melhor guarda redes do plantel. O nosso Hélton defendeu tudo e mais alguma coisa e provou que se calhar mesmo velhinho ainda tem muito para nos dar. Vimos uma massa adepta que não se calou um minuto e apoiou aqueles 9 homens em campo sem qualquer feeling de hesitação, Um sentimento de revolta generalizado e de bater o pé. Todos voltámos a ser um. A direcção acordou e falou! Quando a primeira volta do campeonato termina, alguém sem ser o treinador fala sobre a arbitragem. No jogo em Braga a intenção foi demasiado clara para ser ignorada. Não é só incompetência, é algo mais. Não é suposição, é acusação clara da nossa parte.


Todo o heroísmo justamente conquistado na vergonhosa noite de Braga só faria sentido se fosse capitalizada na Madeira. Lopetegui percebeu a deixa e passou uma mensagem de confiança, de crença inabalável na força e engenho das suas tropas. Mas não foi nada disto que aconteceu... Sejamos honestos - analisando o jogo de forma global, acho ridículo que se diga que o Marítimo fez mais pela vitória. Ridículo. Insultuoso. Desonesto. 
Foi, contudo, de uma eficácia monstruosa (daquelas eficácias que tantas vezes só acontecem em jogos contra o F.C.Porto) e soube defender com alguma astúcia o nosso futebol demasiado previsível e lateralizado. Perdoem-nos a insistência, mas é por demais óbvio que a paixão pelo jogo quase em exclusivo pelas alas deixa esta equipa a anos-luz do que pode fazer. O que é uma pena... 

Ainda assim, com mais alguma eficácia (e alguma sorte, como aquela que teve o Galo, que decerto não volta a marcar um golo assim na sua carreira), poderíamos ter saído dali com mais alguma coisa. Obviamente que não faltou pela Bluegosfera quem vaticinasse o fim. O adeus, O c'est fini. The end. Kaput. Bom... Aquele tipo de adeptos cujos PC's tão rapidamente se ligam ao Universo Bluegosférico nos momentos de derrota, ansiosos pelo orgasmo cibernético de poder escrever "I told you so..." pelas caixas de comentários dos pacientes e brilhantes bloggers dos quais não abdicamos de seguir. "Nem tanto ao mar, nem tanto à Terra...", dizemos nós. Não somos bestiais porque aguentámos o escândalo de Braga, para passar a ser medíocres na derrota seguinte. Pelo menos para nós, v.a.s.c.o. e Z, portistas-não-aburguesados-nem-com-problemas-com-treinadores-ou-jogadores-espanhóis.
Não aconteceu assim; o futebol provou que não só connosco acontecem jogos como o da Madeira. Pois é, também o melhor-treinador-de-sempre-e-mais-umas-botas comete erros, também os seus jogadores falham penaltis e cometem erros defensivos estúpidos. E nem com nova Calabotada (absolutamente eclipsada de todo e qualquer programa/jornal/site nos dias a seguir) se conseguiu que a diferença entre Porto e Benfica passasse para 9 pontos.


Pelo meio da semana, veio a confirmação da qualificação para a meia-final da Taça da Liga, num agradável jogo contra uma horrivelmente orientada e perdida em campo Académica de Coimbra. Deste jogo, de salientar as belas exibições de Evandro, Campaña, Rúben Neves, e a entrada explosiva de Quintero. Impressionante a facilidade com que, tendo espaço de manobra entre-linhas e, claro está, forçando o jogo interior, conseguiu fazer 4 meios-golos num curtíssimo espaço de tempo. Jackson em mais uma das suas demonstrações de pura classe, ao transformar uma aberração de canto num golo genial. Depois tivemos Gonçalo. O nosso Gonçalo. O nosso menino. O rapaz de berço azul-e-branco, com apelido que rima com golos e classe. E a classe que este miúdo revela. E aquele festejo... Um momento que nos deixou de olhos humedecidos, a pensar naquela tarde perfeita do nosso Paciência sénior no batatal de Alvalade (e, a pensar que estamos a ficar velhos quando quase choramos ao ver o filho dum dos nossos ídolos de infância a brilhar com as mesmas cores).


No passado Domingo tivemos um jogo ideal para responder à vitória dos encarnados de Sábado. Lemos por alguns sítios que o Paços era isto e aquilo, fraquinho e muito manso, coisa que nos deixa absolutamente indignados (principalmente tratando-se duma equipa orientada por Paulo Fonseca - permitam-nos a piadola). Curioso foi também verificar a bem montada estratégia de pressão alta e de "defesa em modo coador" preparada por Petit para o jogo na Luz. Um assomo de coragem para quem veio ao Dragão jogar com 5 autocarros, 2 carrinhas e 1 monovolume, mesmo estando com 10.

Entrando na partida com vontade de resolver rápido e bem, os nossos rapazes conseguiram precisamente isso. Sendo certo que se mantém a nossa crença de que o nosso jogo poderia (e deveria) passar mais pelo... interior do bloco adversário, penso que a vitória e exibição não deixam dúvidas. Quaresma presenteou-nos com um dos seus momentos de magia, mas foram Jackson e Marcano que mais nos deixaram com água na boca. No caso do primeiro, não é tanto pela percentagem de eficácia na finalização (o que é diferente de ser um grande goleador) mas é pela capacidade de trabalho, técnica apurada e inteligência que põe ao serviço do colectivo que nos deixa deste modo. Quanto ao segundo, é neste momento o nosso defesa central mais fiável. Forte no jogo aéreo, bom no posicionamento, seguro com a bola nos pés, tem vindo a ganhar uma preponderância no sector mais recuado que decerto trará saudáveis dores de cabeça a Lopetegui.

Acerca deste jogo, deixamos uma palavra para Tello, também ele alvo duma insatisfação generalizada da nossa massa adepta (principalmente agora que o "patinho feio" Adrián não está em campo). Tello não é um jogador brilhante, embora tenha características muito acima da média. Tello decide muitas vezes de forma pouco acertada e assertiva. Tello joga em constante vertigem e esse tipo de jogo não é fácil de gerir em termos físicos. Se faz dois ou três sprints de 40 metros quase consecutivos, precisará de tempo para recuperar. E disso depende o jogo dele!

Criticar o rapaz porque, após uma sucessão desses piques vertiginosos, achou que as pernas não chegavam para ir buscar um passe (mal executado, diga-se) de Quaresma, tem tanto de ridículo como de preocupante. Recordo a grande maioria da nossa massa adepta que os dedos das mãos e dos pés não me chegam para contar a quantidade de "ídolos da torcida" que nem de mota, patins, carro, chegavam àquela bola. E aposto convosco que a recção seria sempre de desculpabilização de qualquer um desses jogadores. Lá está, o "espanhol" (como carinhosamente são tratados os jogadores da mesma nacionalidade do nosso mister, menos os que são bons, como Óliver, Àngel ou Marcano), não tem margem de manobra. Ponto final. Deixemo-nos de tretas. É este o sentimento generalizado duma boa percentagem da falange de adeptos e sócios que, num Domingo de Inverno, se desloca ao Dragão. Ganhar de forma convincente e "cascar" no "espanhol". Num qualquer. 

Serão esses os mesmos que já vieram criticar a compra dum dos jovens diamantes da nossa Liga, como é o caso de Hernâni. Sobre isso, o Jorge Vassalo e o Miguel Lima disseram tudo o que de lógico e pertinente se pode dissertar.


Bem-vindo caro Hernâni. Dá graças a Deus por não seres espanhol, pá!



Abraços Portistas!!

Z e v.a.s.c.o.

5 comentários:

  1. caríssimos,

    é (mesmo) muito bom perceber que já há computador desse lado :D

    ps1:
    perdoem-me a imodéstia, mas no hiato temporal citado houve um facto deveras extraordinário e por vós 'olvidado'. conferir aqui :D

    ps2:
    obrigado! pela referência ao estaminé :D

    abr@ços a «ambos os dois» :D
    Miguel | Tomo II

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    1. Caro Miguel,

      Obrigado pela visita! Tal facto não está olvidado, trust me ;)

      Um abraço!

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  2. "(e, a pensar que estamos a ficar velhos quando quase choramos ao ver o filho dum dos nossos ídolos de infância a brilhar com as mesmas cores)."

    É tão assustadoramente isto ♥

    Sigo alguns blogues que fazem parte da Bluegosfera e este é sem dúvida de referência por isso tentem não ficar tanto tempo sem escrever umas postas. :-)

    Saudações Portistas.

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    1. Assim a tecnologia o permitir e estaremos de regresso em força muito em breve!

      Obrigado pelas palavras Rui!

      Abraço,

      Vasco

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    2. Caro Rui,

      Espero ainda ir a tempo de lhe agradecer as palavras elogiosas! Esperemos também vê-.lo por cá mais vezes!

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