quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Champions - Dinamo Kiev vs Porto


Dois pontos perdidos. Não tenhamos ilusões, foram dois pontos perdidos, num jogo onde decidimos participar praticamente a partir do intervalo.

Quando o relógio caminhava para os 5 minutos finais, pensava que esta primeira "reviravolta" no reinado de Lope à frente do nosso Porto surgia na melhor altura: após um jogo não muito conseguido, mas a coroar uma 2ª parte de claro ascendente e de melhoria no jogo, e a anteceder um clássico importante, contra um Benfica que nos anda atravessado na garganta. E de repente, com uma facilidade assombrosa, sucessões de erros infantis deitaram a perder pelo menos 2 pontos que seriam preciosos.

Poderemos pensar que esta é a 1ª jornada, que o jogo foi fora e num terreno onde até é comum passarmos por dificuldades, mas oportunidades destas não se podem perder. Não, contra um adversário tão mediano.

E antes das notas, a questão: era preciso haver balizas durante a 1ª parte?


(+) Positivo


Layún - Como não tive oportunidade de ver o jogo em Arouca, foi esta a primeira impressão que me deixou o mexicano. E foi uma boa impressão. Nota-se que o pé esquerdo é "ceguinho", e isso poderia ser um handicap importante, mas em quase todas as acções, Layún provou que não é bem assim. E aquele cruzamento açucarado para Aboubakar demonstrou-o bem. Ainda assim, não fica isento de culpas no lance do 1º golo dos ucranianos. Parece-me bastante melhor do que Ángel e, até ver, superior à sombra de Cissokho que, para já, paira sobre o nosso lado esquerdo.

Aboubakar - Eficácia monstruosa, num jogo em que lutou como um touro para conseguir servir de apoio para os colegas e, ainda conseguiu arranjar fôlego para ir finalizar. Aboubakar parece conseguir finalizar de todas as formas, seja de longe, de cabeça, de pé direito ou esquerdo. Ontem, foi fantástico! MVP para mim.

André André - Sai uma chapada de luva branca para o Sr. Z faxabôr. Torci o nariz, continuei de nariz torcido, e agora vou deixar-me de merdas. André André é uma fantástica adição ao nosso 11. Incansável em transição defensiva, lendo quase sempre bem os timings de pressão e absolutamente omnipresente em termos ofensivos. Falta-lhe aquele "bocadinho" na velocidade de tomada de decisão, e nota-se que alterna o Bom com o Assim-Assim em termos de recepção e de passe em algumas situações, Ainda assim, não fosse o jogaço de Aboubakar, e merceria o "prémio" de melhor jogador.





(-) Negativo

Ter a bola porque sim - Foi a nossa 1ª parte. Foi uma táctica montada para ter a bola e... continuar com a bola e... pelo sim, pelo não, mantê-la mais um pouco. E nem isso foi conseguido. Foram 5 médios (sim, porque Brahimi era um médio, nunca um avançado interior), em que ninguém sabia muito bem que papel estava a desempenhar. Danilo estava mais perdido do que nunca. Herrera perdido como sempre. Rúben a procurar ter espaço para estar como melhor sabe estar, sozinho, a 6, na construção, e André André em todo o lado. Brahimi, claro está, perdido na sua teia de fixar 2, 3, 4 adversários, aguardando por colegas que, quase sempre estavam a léguas de distância. Mas nem foi pela parte ofensiva que a coisa foi má, não. Foi na altura de a recuperar que tudo veio ao de cima, com particular incidência no 1º golo sofrido. Se não temos capacidade de recuperar a bola, não a vamos ter. Se quando a temos, há 5 gajos talhados para a retenção, não saímos da mesma zona. Um carrossel infindável de... nada. Bola para o lado, bola para trás, zero de jogo interior, uma mão cheia de nada de tentativas duma puta duma simples tabela. Durante a primeira parte, tirando o golo de Aboubakar, o Dínamo bem podia ter abdicado de jogar com guarda-redes. Zero jogo ofensivo durante 45 minutos, contra uma equipa dum calibre mediano. Muito pouco, muito fraco, na minha opinião.

Os golos sofridos - Como não possuo canais para visualizar jogos de futebol a sério, vou-me entretendo com os jogos dos miúdos no Porto Canal, ou até nos canais do Barça, do Real ou do Manchester. E os golos sofridos ontem, fizeram-me lembrar as equipas de sub-17 do Hospitalet, que tem o enorme azar de pertencer à Catalunha e, portanto, calhar obrigatoriamente na série do Barcelona, contra quem, aos 15 minutos invariavelmente já perde por 5-0. Foi assim, como os sub-17 do Hospitalet, que a nossa equipa abordou colectivamente o 1º golo do Dinamo, e foi também com uma irritante apatia, que não se congelou a puta da bola durante os 10 minutos que restavam após o 1-2. Anjinhos. Fomos uns anjinhos. A este nível, não pode ocorrer.

Casillas e quem estava na área no 2º golo - Estava um gajo em posição ilegal que tapava a visão e dep.... Foda-se! Casillas teve tempo de tomar um café, fumar um cigarro, e agarrar aquela bola antes sequer do gajo perceber o que tinha acontecido. E como catalogar aquela reacção a brotar vivacidade dos restantes 8, 9 elementos que estavam dentro da área? WOW! 8 ou 9 tartarugas pernetas teriam conseguido limpar aquela bola em 3 tempos.


Fim do jogo e lá vem a conversa do "golo ilegal" que os outros marcaram, porque são todos muito maus e querem fazer-nos muitas maldades. Onde é que já ouvi esta conversa antes? Já sei, em 3/4 da época passada, e tanto lamento (ainda que justificadíssimo), não nos trouxe grandes taças ou troféus.

É muito simples: não inventar tácticas com 11 médios, atacar a baliza, e ganhar porque os nossos jogadores são consideravelmente melhores do que 85% dos possíveis adversários desta época. E assim, ficamos a salvo dos "golos ilegais". E atacar a baliza adversária.

Aliás, queria muito evitar falar de "azar", de "muito controlo de jogo" e lamentar "golos ilegais" na próxima crónica que aqui escrever. E queria muito, mesmo muito, atacar a baliza adversária (não sei se já disse).

Outros dados interessantes da jornada europeia:

- Vitor Pereira, esse Rei Midas do futebol internacional, futuro conselheiro de Pep Guardiola, continua a singrar por esse Mundo fora. By the mouth, dies the fish, como diria o outro...

- O Mestre da Táctica, que ao que parece agora já é um jabardolas da pior espécie (quando antes era um ser humano 5 estrelas), é o melhor treinador do...da...de... É... o mais... Pois... Não...

- Há estúpidos a marcar golos do meio-campo ao Barcelona;

Segue-se uma interrupção para os lados da Galiza, com as magníficas Rías Baixas ao pé, tentando absorver dos magníficos Balaídos alguma inspiração (he he he), em jeito de estágio para Domingo.

Encontramo-nos por lá!


4 comentários:

  1. Poderemos pensar que esta é a 1ª jornada, que o jogo foi fora e num terreno onde até é comum passarmos por dificuldades, mas oportunidades destas não se podem perder. Não, contra um adversário tão mediano.

    E antes das notas, a questão: era preciso haver balizas durante a 1ª parte?

    Subscrevo totalmente

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  2. Factos:

    - Ganhar era excelente, perder era terrível. Percebo a vontade de controlar e expandir, também não jogamos contra uma equipa de ciclismo.

    - Toda a razão na anjice, irritou-me a perda de controle final e a falta de faltas ciurgicas a parar lances e gajos a mandar-se e controle do tempo mas... é fora de jogo.

    - O Casillas é pouco maior do que eu, e se tu estivesses na minha frente (ou o teu irmão, geez, Louise, 5 metros e ...? Porra, tu não estavas a brincar, que pinheiro!) não era capaz de ver nem a Scarlet Johanssen nua a passar na minha frente.

    - Lopetegui não estar em campo foi, lamentavelmente, decisivo, e especialmente não estar lá O MARCANO.

    Posto isto, mehhh não foi mau de todo.

    E só para terminar, a ver se os exigentes de serviço se começam a calar com o Jesus no Porto ou o Guardiola 2.0, Vítor Pereira, que continua, na Europa, a ser a mesma coisa que sempre foi.

    Abraçom Azul e Branco,

    Jorge Vassalo | Porto Universal

    Domingo, a gente vê-se?

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  3. Domingo, a gente vê-se?

    Sim, no sítio do costume. Big Maxi e Coca-Cola fresquinha

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